
Mark Zuckerberg deixou o grupo dos quatro maiores bilionários do mundo após a forte desvalorização das ações da Meta Platforms, controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp.
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O movimento ocorreu na última quinta-feira (31), após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da companhia, que provocaram reação negativa no mercado financeiro.
Os papéis da Meta caíram entre 11% e 12% no pregão, fechando entre R$ 3.538,07 (US$ 658) e R$ 3.581,08 (US$ 666) — a maior perda diária da empresa desde outubro de 2022.
O recuo refletiu a combinação de lucros em queda, aumento de despesas com inteligência artificial e uma cobrança fiscal extraordinária nos Estados Unidos.
De acordo com o balanço, o lucro líquido da Meta recuou 83% em relação ao mesmo período do ano anterior, somando R$ 14,5 bilhões (US$ 2,7 bilhões).
A principal razão foi o impacto de uma cobrança única de impostos de R$ 85,5 bilhões (US$ 15,9 bilhões), decorrente da nova lei fiscal norte-americana, a One Big Beautiful Bill Act, implementada pelo presidente Donald Trump.
Apesar da redução no lucro, a receita superou as expectativas do mercado, impulsionada pelo crescimento de usuários e pela retomada de investimentos em publicidade digital.
Ainda assim, investidores demonstraram preocupação com o aumento dos custos.
A companhia elevou a previsão de gastos de capital para este ano para um intervalo entre R$ 376,4 bilhões (US$ 70 bilhões) e R$ 387,1 bilhões (US$ 72 bilhões), ante projeção anterior de R$ 354,8 bilhões (US$ 66 bilhões) a R$ 387,1 bilhões (US$ 72 bilhões).
Também alertou que os investimentos devem crescer “de forma significativamente mais rápida” no próximo ano, especialmente nas áreas de infraestrutura de IA, nuvem e depreciação de ativos.
Reação do mercado
O aumento de despesas ofuscou os resultados positivos de receita e trouxe de volta temores em torno do ritmo de investimentos no metaverso.
A unidade Reality Labs, responsável por essa frente de negócios, registrou prejuízo de R$ 23,7 bilhões (US$ 4,4 bilhões) no trimestre.
A Meta ainda anunciou que pretende emitir R$ 161,3 bilhões (US$ 30 bilhões) em títulos para financiar os novos projetos de tecnologia.
O conjunto dessas decisões levou à maior queda diária das ações da empresa no ano e reduziu de forma expressiva o patrimônio de Zuckerberg.
O executivo, que detém cerca de 13% das ações da Meta, perdeu entre R$ 134,4 bilhões (US$ 25 bilhões) e R$ 155,9 bilhões (US$ 29 bilhões) em um único dia, segundo estimativas de índices de riqueza como o Bloomberg Billionaires Index e a Forbes.
Antes da queda, Zuckerberg ocupava a terceira posição entre os bilionários globais, atrás apenas de Elon Musk e Larry Ellison.
Após o tombo das ações, caiu para o quinto lugar, com fortuna estimada entre R$ 1,2 trilhões (US$ 228 bilhões) e R$ 1,3 trilhões (US$ 235 bilhões).
Ele foi ultrapassado por Jeff Bezos, da Amazon, que ficou - junto com sua ex-esposa - US$ 22 bi mais rico só na manhã de hoje, e Larry Page, cofundador da Alphabet (Google), que subiram no ranking impulsionados pelos resultados positivos de suas empresas no mesmo período.