Seguro pode ser contratado no balcão dos Correios
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Seguro pode ser contratado no balcão dos Correios

E meio a um rombo financeiro que levou à negociação com bancos para empréstimo na ordem de R$ 20 bilhões, os Correios vão continuar apostando em estratégias para tentar diversificar as receitas da empresa.

Segundo o anúncio feito em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (15), pelo presidente Emmanoel Schmidt Rondon, que está no cargo há menos de um mês, uma das medidas será diversificar os produtos e serviços oferecidos.

E uma iniciativa neste sentido é a venda de seguros, que começou a ser adotada no início de 2024, quando a falta de dinheiro em caixa começou a afetar a empresa.

O serviço é oferecido no site e comercializado em parceria com a CNP Seguradora , empresa do grupo francês CNP Assurances.

São oferecidos microsseguros e seguros simplificados, a preços que variam de R$ 14,99 a R$ 32,99, dependendo da modalidade. O serviço pode ser contratado pelo celular, no WhatsApp, ou no balcão dos Correios

Modalidades

São ofertados ouma modalidade de seguro que protege o contratante em casos de roubo ou furto da bolsa, mochila ou bolsa carteira, cobrindo tanto os itens pessoais levados quanto transações indevidas feitas com cartões roubados, e também duas modalidades de seguro de vida em caso de doença grave ou um acidente, oferecendo também telemedicina 24h e descontos em medicamentos, sendo uma delas estensivo para até três pessoas.

Há também seguro funeral, que oferece cobertura para despesas do funeral e assistência para organização; seguro residencial, para situações como incêndio, raio, explosão, vendaval ou granizo, além de oferecer apoio com danos elétricos e até pagamento de aluguel se a pessoa precisar sair de casa após sinistro, e, por último, o seguro empresarial, para essas mesmas situações, mas voltado para o Microempreendedor Individual (MEI) e quem possui um pequeno negócio.

A oferta de seguros foi implementada justamente para trazer inovação e diversificar as receitas para a empresa.

Tamanho do rombo

Nesta quarta-feira, na coletiva, o presidente Emmanoel Schmidt Rondon explicou o tamanho do rombo no caixa dos Correios.

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Mês passado, a empresa anunciou o resultado do primeiro semestre de 2025 e apresentou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões. Em 2024, o prejuízo no mesmo período tinha sido de R$ 1,3 bilhão.

Durante o ano de 2024, segundo ele, os Correios utilizaram R$ 2,9 bilhões do dinheiro que estava no caixa e em aplicações financeiras, totalizando 92% do total que estava aplicado em 2023.

Para tentar contornar a crise, ainda na gestão do ex-presidente Fabiano Souza, a empresa tomou empréstimo de R$ 1,8 bilhão, para aplicar no fluxo de caixa operacional, que estava abaixo das necessidades.

Todo esse rombo fez com que os Correios atrasassem repasses e pagamentos aos envolvidos no processo de geração de receita da empresa.

Esse pacote resultou em paralisação ou retardo no ritmo de envio e entrega de encomendas; atraso no repasse da comissão das agências conveniadas e nos repasses da mantenedora ao plano de saúde dos funcionários, fazendo com que algumas redes hospitalares suspendessem atendimentos.

Plano de recuperação

Diante disso, foi anunciado um plano de medidas que inclui corte de despesas operacionais e administrativas, busca pela diversificação de receitas com recuperação da capacidade de geração de caixa e rcuperação da liquidez da empresa.

No quesisto corte de despesas, será aberto um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) dos funcionários para equilibrar as contas, mas o presidente dos Correios não detalhou como será feito.


Em maio, a empresa encerrou outro PDV, que teve uma adesão de 3.500 funcionários, segundo ele.

Além disso, a empresa também colocará à venda imóveis ociosos e buscará por renegociação dos contratos com os maiores fornecedores.

Também deverão ser implementados, segundo Rondon, novas estratégias para ampliar a receita da empresa por meio de novos produtos. Mas ele não detalhou quais seriam esses produtos.

E o terceiro tópico é a busca pelo empréstimo de R$ 20 bilhões, que aliviará o caixa da empresa entre 2025 e 2026, ajudando na reestruturação a longo prazo.

Apesar de ter sido anunciado como um novo plano, todas as medidas informadas já estavam sendo adotadas pela gestão anterior dos Correios, a exemplo da venda de seguros.


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