Inflação aumenta 0,83% em fevereiro, diz IBGE
Agência Brasil
Inflação aumenta 0,83% em fevereiro, diz IBGE

A inflação oficial de fevereiro atingiu 0,83%, quase o dobro do mês anterior, janeiro, que foi de 0,42%. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , os reajustes nas mensalidades escolares foram os principais responsáveis por pressionar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) .

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA totaliza 4,5%, dentro do limite máximo estabelecido pela meta do Banco Central (BC).

Educação
Os preços do grupo de educação registraram o maior crescimento, alcançando 4,98% em fevereiro, o que representou 0,29 ponto percentual. Dentro do grupo, os cursos regulares contribuíram significativamente, com uma alta de 6,13%. As maiores variações foram observadas no ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%). Além disso, os cursos técnicos (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%) também apresentaram aumento.

Transportes
Já os preços do grupo de transporte registrou um aumento de 0,72%, representando a terceira maior contribuição, equivalente a 0,15 ponto percentual, para a inflação do período. Todos os combustíveis analisados apresentaram alta, com destaque para o etanol (4,52%), gás veicular (0,22%), óleo diesel (0,14%) e, principalmente, a gasolina (2,93%), que teve o maior impacto individual em toda a pesquisa, contribuindo com 0,14 ponto percentual.

Alimentação
O grupo de alimentação e bebidas registrou um aumento de 0,95%, sendo o segundo maior responsável por pressionar a inflação para cima no periodo, contribuindo com 0,20 ponto percentuais. No segmento de alimentação dentro de casa, os preços subiram 1,12%, impulsionados pelo aumento nos valores da cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%). Enquanto isso, a alimentação fora do domicílio apresentou um aumento de 0,49%.

Meta de inflação
A meta estabelecida pelo BC para 2024 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, totalizando um teto de 4,5%. Desde setembro de 2023, quando o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 5,19%, o índice tem diminuído gradualmente, alcançando agora o teto da meta atual.

Para os anos seguintes, a projeção permanece em 3,51% em 2025 e 3,50% tanto em 2026 quanto em 2027. É importante ressaltar que o centro da meta oficial para a inflação nestes anos é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Selic
As estimativas para a  Selic permaneceram inalteradas para o final deste ano e para 2025. Atualmente, a taxa Selic está em 11,25% ao ano, após cinco reduções consecutivas. Para o encerramento de 2024, a projeção permaneceu estável em 9% ao ano. Para o final de 2025, por sua vez, o mercado financeiro também manteve a projeção inalterada em 8,5% ao ano.

Selic é a taxa utilizada pelo BC para alcançar metas relacionadas à inflação, sendo a variável central da política monetária, enquanto o IPCA fornece informações sobre a oscilação dos preços na economia real. Esses dados são usados para definir se a Selic deve subir, descer ou se manter estável, representando uma relação próxima da economia.

O BC deu início ao ciclo de aperto monetário em 2021, quando a taxa básica estava em 2% ao ano. A partir desse ponto, os juros aumentaram de forma consecutiva até atingir, em agosto de 2022, o patamar de 13,75% ao ano. A expectativa é de um novo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, para 10,75% para a próxima reunião.

“Essa desaceleração em serviços subjacentes propicia que novos cortes na Selic continuem ocorrendo, podendo chegar ao fim de 2024 entre 9 e 9,5%. A queda da taxa básica de juros propicia maior consumo e investimentos no país, fazendo com que a atividade econômica acelere com maior velocidade em 2024 e nos próximos anos”, defende Raphael Moses, professor do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD - UFRJ).

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