O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (17) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um "termômetro" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,06% no mês de setembro. Esta é a segunda queda consecutiva, já que em agosto o índice recuou 0,81% (dado revisado de uma contração de 0,77%).
O desempenho negativo foi influenciado pelo setor de serviços. Em setembro, o volume de serviços prestados no Brasil teve uma queda de 0,3%, marcando a segunda redução consecutiva, com o setor registrando um resultado negativo acumulado de 1,6%.
O resultado contrariou as expectativas dos analistas, cuja mediana das previsões apontava um aumento de 0,4%. O intervalo das projeções variava de uma queda de 0,4% a uma alta de 1,5%.
Esse desempenho vem após um cenário positivo, pois nos meses de maio a julho houve um aumento de 2,2% neste segmento da economia, conforme indicam os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE.
Além de servir como uma espécie de "prévia" do comportamento do PIB , o IBC-Br é uma referência importante para a política monetária do Banco Central na definição da taxa básica de juros. A próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para o dia 13 de dezembro.
O PIB cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano, oitavo resultado positivo consecutivo. Entre abril e junho, a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil totalizou R$ 2,651 trilhões. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais e foram divulgados no começo de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No semestre, o crescimento do PIB foi de 3,7%. Nesse cenário, a atividade econômica opera 7,4% acima do patamar pré-pandemia, atingindo o ponto mais alto da série.
Segundo a projeção do Boletim Focus, divulgado nessa semana pelo BC, a projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país, de 4,63% ao fim de 2023 para 4,59%. Para 2024, a projeção subiu de 3,91% para 3,91%.
Também foi mantida a expectativa da taxa básica de juros, a Selic, ao fim de 2023 em 11,75%. O mercado também não mudou a projeção para 2024 de 9,25%. Além, disso, foi mantido em 2,89% a expectativa de alta no PIB de 2023.
Para 2024, os economistas mantiveram a projeção em 1,50% pela oitava semana consecutiva.