Lula e com o presidente da Argentina, Alberto Fernández
Ricardo Stuckert - 23.01.2023
Lula e com o presidente da Argentina, Alberto Fernández

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (23), durante encontro com seu homólogo da Argentina, Alberto Fernández, a criação de uma  moeda comum para facilitar as transações comerciais entre os dois países.

"Se dependesse de mim, o comércio exterior sempre seria feito nas moedas dos países para não depender do dólar. Por que não tentar criar uma moeda comum entre os países do Mercosul? Por que não tentar criar uma moeda comum entre os países do Brics? Com o tempo, isso vai acontecer, e é necessário que aconteça", disse o petista em coletiva de imprensa na Casa Rosada.

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Lula deixou claro que ainda não há nada concreto, mas disse que as equipes econômicas de Brasil e Argentina foram encarregadas de elaborar uma "proposta de comércio exterior e de transações entre os dois países numa moeda comum, a ser construída com muitos debates e muitas reuniões".

"Tudo que é novo causa estranheza, e eu acho que tudo que é novo precisa ser testado. O que a gente não pode é, no meio do século 21, continuar fazendo as mesmas coisas que fazíamos no século 21", reforçou Lula.

Já Fernández apontou as "injustiças do sistema capitalista e do sistema financeiro mundial", como a dependência das economias nacionais em relação às moedas estrangeiras. "Se não tivermos coragem de mudar, vamos continuar sofrendo dos mesmos males", declarou o líder argentino.

A ideia não seria substituir o peso e o euro, mas sim criar uma divisa exclusiva para transações comerciais entre os dois países.

Os presidentes também comentaram as negociações para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) financiar o segundo trecho do gasoduto Néstor Kirchner, que faria o gás extraído da bacia de Vaca Muerta chegar até o Rio Grande do Sul.

"Vamos criar as condições para criar o financiamento que a gente puder fazer para financiar o gasoduto argentino", disse Lula. Fernández, por sua vez, declarou que a decisão está nas mãos do Brasil e que seu desejo seria aproveitar a "inércia" da construção do primeiro trecho para iniciar as obras do segundo. 

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