O ministro da Economia, Fernando Haddad, desembarcou em Davos, na Suíça, nesta segunda-feira (16) para o Fórum Econômico Mundial e deve ter agenda cheia. Em conversa com jornalistas, afirmou que terá "encontros muito rápidos e uma frequência enorme".
"Mais de uma dúzia de encontros em dois dias", declarou. O ministro foi acompanhado de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. O Fórum ocorre nesta semana, entre 16 e 20 de janeiro.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Haddad disse que pretende levar recados do Brasil para o mundo: de apoio à democracia; de retomada do crescimento com atenção às contas públicas e de sustentabilidade ambiental.
"O recado político, que a questão democrática, compromisso do Brasil em dar suporte para essas jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, mas reforçando o compromisso do Brasil com o combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período", disse.
A fala ainda repercute os atentados bolsonaristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8 de janeiro. Mais de mil pessoas foram presas.
Para Haddad, este tipo de oposição fora do ritos democráticos não deve barrar o projeto econômico.
"É desafiadora, mas nós começamos a responder muito bem. Sabemos que Isso pode não ter parado aí. Esses grupos extremistas continuam mobilizados, se comunicando com base em notícias falsas, continuam plantando o terror, mas acredito que a própria maneira que o presidente Lula vem se comportando e a receptividade que ele vem tendo no Congresso e no Judiciário, é a prova de que estamos no bom caminho."
Já na área econômica, o ministro promete apresentar o "modelo de economia que está defendendo".
Questionado sobre a ansiedade do mercado em conhecer mais do pacote de políticas econômicas do ministro, Haddad respondeu que ela será "naturalmente" sanada, já que a pasta deve seguir os rumos anunciados na campanha eleitoral.
Por enquanto, Haddad já anunciou alguns pontos da sua política . Entre as medidas estão mudanças nas regras no Conselho de Administração dos Recursos Federais (Carf) e a criação do programa Litígio Zero, para aumentar a arrecadação e reduzir os processos tributários.
Davos
O tema desse ano do Fórum de Davos é cooperação em um mundo fragmentado. O evento deve reunir 2,7 mil líderes internacionais de 130 países. São esperados também 52 chefes de Estado e de governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não participar do encontro esse ano. A primeira viagem internacional do presidente será nos dias 23 e 24, para a Argentina.
Além de líderes e representantes de governo, o Fórum Econômico Mundial reúne CEOs de grandes empresas, investidores e outros agentes econômicos. Segundo o Ministério da Fazenda, que não divulgou detalhes sobre a agenda de encontros bilaterais de Haddad, o foco da participação é enviar uma mensagem de que o Brasil é um ator internacional central para os desafios econômicos globais.
Na visão do governo brasileiro, a presença de Marina Silva também sinaliza que as reformas econômicas caminham junto com os objetivos de sustentabilidade, que está no topo das preocupações geopolíticas atuais. Os dois ministros brasileiros devem participar de uma atividade conjunta em Davos.
A comitiva de Haddad conta com a participação da secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, e do assessor especial Mathias Alencastro, que também atua na área internacional da pasta. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima não informou quem acompanhará Marina Silva nem a agenda de encontros da ministra em Davos.