O deputado André Fufuca (PP-MA) protocolou uma petição para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) neste domingo (15) na Câmara dos Deputados para apurar possíveis irregularidades na Lojas Americanas , que declararam "inconsistências contábeis" de R$ 40 bilhões.
"O episódio com as Americanas afeta a credibilidade de todo o mercado de ações no Brasil e é do interesse público assegurar que os investidores possam ter absoluta certeza de que a economia popular não será nunca prejudicada por qualquer tipo de fraude, erros ou acobertamentos de rombos em balanços, sem que o poder público investigue e exponha tudo o que acontece em casos desse tipo", justifica o deputado no requerimento.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Fufuca divulgou o link oficial de coleta de assinaturas para outros parlamentares. Ele afirmou que irá articular nesta semana com líderes da Câmara o avanço das assinaturas.
Para conseguir abrir a CPI, Fufuca precisa da assinatura de 1/3 dos deputados, ou seja, 171. A partir da abertura, a Câmara tem 120 dias para conclusão dos trabalhos.
Ao Poder360, Fufuca disse que "Tudo ainda está muito nebuloso, e precisamos de uma investigação aprofundada”.
“Não estamos falando de R$ 1 milhão, mas de R$ 20 bilhões. Talvez seja a maior fraude do mercado de ações do Brasil. Temos de dar uma resposta. No país, nos últimos 4 anos, o número de investidores aumentou 3 vezes, alcançando quase 6 milhões. Esse rombo traz questionamentos. Qual garantia a pessoa terá para investir seu dinheiro se os balanços são tão fraudulentos?”, declarou Fufuca ao Poder360.
Além da possibilidade de CPI, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu três inquéritos para investigar o rombo na Americanas . A dívida foi anunciada na noite de quarta-feira (11) e provocou a renúncia do presidente da empresa, Sérgio Rial.
O Grupo Americanas informou em comunicado ao mercado neste sábado (14) que as "inconsistências contábeis" somam R$ 40 bilhões, e não R$ 20 bilhões como o divulgado anteriormente pela empresa.
Segundo a varejista, os reajustes podem impactar nos resultados finais de exercícios anteriores, com “alteração do grau de endividamento da empresa e/ou volume de capital de giro, implicando, acarretando o vencimento antecipado e imediato de dívidas em montante aproximado de R$ 40 bilhões”.
A rede de lojas pediu e conseguiu na Justiça proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.
A decisão foi referendada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que deu 30 dias corridos para a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial.