Durante o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Auxílio Brasil voltará a ser concedido mediante as regras que eram aplicadas no antigo Bolsa Família.
As famílias terão que, entre outras questões, manter seus filhos matriculados em escolas e devidamente vacinados.
Em entrevista ao Estadão, Tereza Campello, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome da gestão Dilma Rousseff (PT) e uma das responsáveis pela área social na campanha de Lula, afirma que, apesar das mudanças, a transição do governo terá como princípio básico a manutenção do benefício.
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"É fundamental reafirmar que buscaremos uma transição que priorize a preservação dos direitos da população e evite qualquer descontinuidade. Temos uma experiência muito positiva em 2002, na transição da gestão Fernando Henrique Cardoso, e esperamos que se dê nos mesmos moldes, pautada pelo interesse do povo", diz.
Em um primeiro momento, a prioridade do governo eleito será manter o valor de R$ 600. As negociações no que diz respeito ao Orçamento de 2023 já foram iniciadas nesta quinta-feira (3).
Depois, o Auxílio Brasil ganhará nova estrutura, similar à do antigo Bolsa Família. Uma das prioridades é pagar R$ 150 a mais por filho menor de seis anos, o que garante mais equidade.
Ao Estadão, Tereza lembra que atualmente o Auxílio Brasil paga o mesmo valor para um homem solteiro e para uma mulher que mora com vários filhos, por exemplo. "Ambos recebem o mesmo valor. É injusto", afirma.
Restabelecida a equidade entre os beneficiários, o governo retomará a atuação coordenada com o Sistema Único da Assistência Social (Suas) e voltará a exigir vacinação e matrícula escolar de crianças. "Tudo isto foi desconstruído no governo Bolsonaro e será retomado, porque é um direito da população", reforça Tereza.