A equipe técnica do Ministério da Economia estuda acabar com os descontos com despesas médicas e de educação no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), de acordo com documento obtido pelo Estadão.
Segundo os cálculos dos técnicos da pasta, a medida traria economia de R$ 30 bilhões para o governo, o que poderia aliviar outros gastos prometidos pelos presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha à reeleição.
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O ministro Paulo Guedes afirmou ao Estadão que "refuta a alegação de que pretende acabar com as deduções", e chamou a medida de "totalmente descabida de fundamento". De acordo com a assessoria do ministro, estudos como esse são feitos de forma corriqueira.
O documento obtido pelo jornal informa que os estudos foram iniciados após o primeiro turno das eleições deste ano. Os técnicos do Ministério da Economia calculam que o fim da dedução das despesas médicas geraria economia anual de R$ 24,5 bilhões, enquanto o corte na dedução das despesas educacionais teria aumento de receita de R$ 5,5 bilhões.
Atualmente, não há um teto para deduções de espesas médicas no IRPF. Já as deduções de gastos com educação têm limite de R$ 3.561,50 por dependente.
De acordo com o documento, as medidas serviriam para o governo bancar promessas de campanha de Bolsonaro em um possível segundo mandato. Dentre elas, estão a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, a correção da tabela do IRPF e a concessão de 13º para mulheres beneficiárias do Auxílio Brasil que são chefes de família.
Na última semana, documento obtido pelo jornal Folha de S. Paulo revelou que Guedes estudava aumentar o salário mínimo abaixo da inflação a fim de reduzir os gastos. Depois da repercussão negativa do caso, o ministro negou o plano.