Ao lado de Bolsonaro, o  ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães
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Ao lado de Bolsonaro, o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em entrevista, que não haveria provas para as acusações de assédio sexual e moral feitas contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que deixou o cargo após mobilização das funcionárias do banco.

"Agora, não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimentos de mulheres que sugeriam que isso poderia ter acontecido. Está sendo investigado também", afirmou Bolsonaro.

O presidente continuou, afirmando que não teve contato com acusações concretas contra Guimarães e apenas depoimentos de "pessoas que se sentiram assediadas".

"Como eu disse para você, eu não vi nada contundente. Eu vi depoimentos de pessoas que se sentiram assediadas. Está nas mãos da Justiça, do Ministério Público para apurar as denúncias", terminou.

De acordo com dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) , foram três funcionárias que acusaram Pedro Guimarães de assédio sexual, e foram levantadas nove queixas por assédio moral.

A corregedoria da Caixa confirmou as informações levantadas pelo MPT e as conclusões da investigação foram encaminhadas para o Conselho Diretor da Caixa e para as autoridades responsáveis pelo caso. 

O procurador da pasta, Paulo Neto, instaurou inquérito civil contra a Caixa Econômica Federal e o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, em julho deste ano. Após a saída do ex-presidente da instituição,  Daniella Marques passou a ocupar o cargo.

Carta de defesa

As funcionárias que denunciaram o ex-presidente da Caixa divulgaram, por meio de suas advogadas, uma nota sobre o posicionamento do presidente da República.

Para as vítimas, é estarrecedor Bolsonaro dizer que as acusações "não sejam contundentes atos relatados e atribuídos ao presidente de uma instituição do porte da Caixa, que deveria ter instrumentos de controle e governança eficientes, consistentes em violações profundas aos corpos, às imagens e à intimidade de servidoras do órgão".

As funcionárias voltam a criticar o presidente, afirmando que as mulheres estão passando por um processo de "revitimização", e que mesmo após depor perante a diversos setores da empresa, "as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida".

O texto continua, afirmando que é "motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para 'massagens', 'banhos de piscina' ou idas a 'saunas' sejam naturalizados e tidos, repetimos, como 'não contundentes' pelo Chefe do Poder Executivo"

"Assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar", concluíram.

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