O governo federal confirmou, nesta quarta-feira (29), o nome de Daniella Maarques, atual secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, para a presidência da Caixa após a demissão de Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual por funcionárias do banco estatal. A troca foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Pedro Guimarães se encontrou com o Bolsonaro durante a tarde. Na reunião, ele oficializou o pedido de demissão da presidência da Caixa Econômica Federal. Em carta entregue ao presidente e dirigida aos brasileiros e aos colaboradores do banco, Guimarães afirma que não teve tempo para se defender é que é alvo de uma “situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”. No Diário Oficial, a exoneração consta como "a pedido".
Daniella Marques também conversou com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quarta-feira. No encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, a decisão já estava tomada. Segundo interlocutores do governo, não houve dúvida sobre o nome dela para suceder Pedro Guimarães no comando da Caixa Econômica Federal.
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Por trás da escolha de Daniella está o ministro Paulo Guedes. O ministro trabalhou com a nova titular da Caixa na Bozano Investimentos, antes de ser convidado a assumir a pasta no governo Bolsonaro, e levou ela para sua equipe.
Daniella também se aproximou, nos últimos meses, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos principais líderes do Centrão.
A saída de Guimarães do cargo foi motivada por denúncias de funcionárias da Caixa, que acusaram o então presidente da instituição de assédio sexual. A notícia caiu como uma bomba no núcleo político da campanha de reeleição de Bolsonaro.
Uma reportagem sobre o tema, acompanhada por vídeos com depoimentos de cinco vítimas de Guimarães, foi publicada na terça-feira pelo site “Metrópoles”. As funcionárias, cujas identidades foram preservadas, relataram comportamentos inapropriados, como convites, frases constrangedoras e toques em partes do corpo delas.