A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta sexta-feira (30) em forte alta de 2,39% a 110.238 pontos. O resultado é visto como sinal positivo de expectativa do mercado financeiro no último pregão antes das eleições deste ano, marcadas para domingo (2).
A B3 abriu o dia em estabilidade, oscilando para baixo na primeira hora de negociações, mas a notícia sobre a possibilidade da volta de Henrique Meirelles ao comando do Ministério da Economia em um possível governo de Lula (PT) animou ainda mais os investidores. Meirelles é visto como um forte aliado do mercado e foi um dos criadores da regra do teto de gastos para evitar um maior endividamento do país.
"A notícia do Henrique Meirelles animou os investidores e mesmo ela sendo desmentida, o mercado analisou a possibilidade de Meirelles participar ativamente de algumas decisões do governo", afirma Jansen Costa, economista da Fatorial Investimentos.
Ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, Meirelles já declarou apoio à Lula e está entre os cotados para comandar a economia do país. Além dele, Pérsio Árida e Aloízio Mercadante estão na disputa para assumir a pasta.
"Acho muito difícil o Meirelles ocupar essa vaga. Muito provavelmente o Lula vai optar por algum político para assumir a cadeira", opina João Beck, economista da BRA.
Já o dólar fechou estável, cotado a R$ 5,40. A moeda norte-americana apresentou forte alta nos últimos dias em meio à crise econômica europeia, mas há expectativa de redução nos próximos dias.
Impacto das eleições no mercado financeiro
Os dados apresentados nesta sexta-feira são um sinal positivo do mercado financeiro às vésperas do primeiro turno das eleições. No começo das negociações eleitorais, na primeira metade do ano, o mercado pendia para apoiar Jair Bolsonaro (PL), mas passou a ficar neutro com o aceno de Lula para o mercado ao colocar Geraldo Alckmin como seu vice na chapa.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
"O mercado fez diversos ajustes técnicos em estatais e muito por conta dos acenos feitos por Lula", afirma João Beck.
As pesquisas de intenção de voto colocam Lula com ampla margem de diferença contra o atual presidente. Há, segundo as pesquisas, possibilidade de vitória do petista ainda no primeiro turno.
Para o mercado, entretanto, poderá haver mudanças até domingo e há expectativa de um segundo turno. A disputa entre os dois candidatos até 30 de outubro deve ser mais pesada e novas discussões econômicas devem surgir para os investidores.
"Acho muito difícil as eleições terminarem no primeiro turno. Embora as pesquisas tenham mostrado isso, poderá ter muita mudança até domingo e as pesquisas de boca de urna apontarem dados diferentes dos mostrados até o momento", opinou Costa.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (29), coloca Lula na liderança com 50% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro aparece em segundo com 36%. Esse resultado ainda levaria o pleito para o segundo turno, que ainda tem o petista na frente nas pesquisas com 54%, ante 39% do atual chefe do Planalto.