O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou nesta quarta-feira (30) os empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil. Segundo Lula, a medida prejudica a população e deve 'sufocar' as famílias que participam do programa.
O consignado foi liberado pelo governo federal no último mês para alavancar a imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os beneficiários. Para isso, liberou o uso de 40% das parcelas do Auxílio Brasil para pagar os empréstimos.
Em entrevista, Lula lembrou dos juros que devem ser cobrados pelos bancos e ressaltou a possibilidade de endividamento das famílias que aderem ao programa. O petista ainda reafirmou a promessa de manter os R$ 600 caso seja eleito.
"O consignado tem que ser a 1% ao mês, não pode passar de 8%, 9% ao ano. Se estiver em 8% ao mês, chega a 200%, 300% de juros ao ano. Vai sufocar", disse o ex-presidente à Rádio Clube, do Pará.
Nas últimas semanas, membros do governo têm se reunido com diretores das principais instituições financeiras para propor a adesão ao programa de crédito. O Bradesco já informou que não deve oferecer crédito para beneficiários do programa de transferência de renda.
Banco do Brasil e Caixa já anunciaram que vão aderir ao programa de crédito. Os depósitos devem começar em setembro, segundo previsão do Ministério da Cidadania.
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Teto de gastos
Ao ser questionado sobre o teto de gastos, Lula prometeu pôr fim na regra que limita o Orçamento da União. O ex-presidente ressaltou que o teto limita investimentos em saúde e educação.
"O teto de gastos quem decide é a necessidade do povo brasileiro. Nem tudo é gasto. Quando tenho que investir em saúde e educação, não é gasto, é investimento", afirmou.
O petista ainda prometeu reduzir a inflação e os juros, além de criar o "Desenrola", programa para reduzir o endividamento da população. A proposta é parecida com a que o candidato do PDT, Ciro Gomes, propõe em seu plano de governo.