Os servidores do Banco Central (BC) decidiram nesta terça-feira (5) pelo fim da greve que começou em abril mesmo sem atingir o objetivo de reajuste na remuneração. Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a assembleia decidiu por terminar a greve também por conta do fim do prazo legal para ampliação de gastos com pessoal. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impede reajustes nos últimos 180 dias de mandato.
Além do reajuste, os servidores do BC também reivindicavam uma reestruturação de carreiras. De acordo com o presidente do Sinal, Fabio Faiad, a categoria vai continuar mobilizada pelas reivindicações.
Nos últimos três meses, muitas publicações tradicionais do Banco Central não foram feitas, como o relatório Focus, que reúne as projeções do mercado financeiro, assim como as estatísticas de crédito, do setor externo e o IBC-Br, que mede mensalmente a atividade econômica.
O BC informou que com a volta ao trabalho, as divulgações serão atualizadas assim que possível.
Servidores reclamam
Em nota, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) disse que há “indignação” sobre o congelamento salarial dos servidores civis por parte do governo.
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A Fonacate ressaltou que a inflação de quase 30% no acumulado dos anos de governo e disse que houve uma “implosão” dos mecanismos de diálogo.
“Diante desse quadro lamentável, resta aos 1 milhão e 200 mil servidores civis da União ativos e inativos, e seus pensionistas, denunciarem o descaso com que foram tratados pelo atual governo, para o qual a retórica de fortalecimento e valorização do serviço público não passou de promessas vazias”, diz a nota.
Histórico
Os servidores públicos federais começaram a se mobilizar pelo reajuste no começo do ano, depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu um aumento apenas para as forças policiais.
Em abril, Bolsonaro chegou a decidir dar um aumento linear de 5% para todos os servidores. A proposta não foi bem aceita pelos servidores por ser bem abaixo da inflação acumulada dos últimos anos e o governo desistiu dessa medida.
Depois de confirmar que não daria mais aumentos, Bolsonaro passou a avaliar um reajuste no vale-alimentação, que hoje é de R$ 458 para funcionários do Executivo. A medida também não foi levada em frente.