O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), comentou nesta sexta-feira (1º) sobre as acusações de assédio sexual envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães. Guimarães pediu demissão nesta semana após denúncias de funcionárias do banco.
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"Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom. A Caixa avançou bastante ao longo desses anos. Mas, lamentavelmente, nessa parte moral, falhou e falhou feio", disse Mourão em entrevista a jornalistas.
Anteriormente, durante a conversa, o general também disse que o assédio é uma das piores coisas que pode acontecer. "Isso não concordo em hipótese alguma".
"Não é simples trabalhar com pessoas. Você tem que saber quais são os limites, principalmente quando você é chefe. Até onde você pode, vamos dizer assim, ter uma relação com os seus subordinados, seja homem ou mulher. Isso é uma questão de bom senso. Eu acho que é um episódio só, nada mais do que isso", declarou.
Mourão também saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto à omissão sobre o escândalo na Caixa. Ele foi questionado sobre o fato de Guimarães ter pedido demissão, em vez de ter sido demitido pelo presidente. Bolsonaro também não se pronunciou até o momento sobre as acusações contra o economista.
"Quando você recebe qualquer denúncia, você primeiro chama a pessoa, conversa com ela, ouve o lado dela. A partir do momento que eu acho que as justificativas que o Pedro deu ao presidente não foram aquelas que ele julgava pertinentes, o presidente deve ter dito pra ele: 'por favor, peça pra sair'. Acho que foi isso que aconteceu".
A Procuradoria da República do Distrito Federal, o Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal e o Ministério Público Federal (MPF) apuram as acusações. O caso foi revelado pelo site Metrópoles na última terça.
Além de assédio sexual, integrantes do governo também falam em assédio moral. Vídeos divulgados pelo Metrópoles mostram Pedro Guimarães xingando e ameaçando seus funcionários.
Para a presidência da Caixa, o governo indicou Daniella Marques, braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, e atual secretária de Produtividade e Competitividade da pasta. A troca foi oficializada no Diário Oficial da União na noite de quarta.
PEC das 'bondades'
Durante a entrevista, Mourão também foi questionado sobre a chamada PEC das 'bondades', que aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e criou um voucher de R$ 1 mil a caminhoneiros a cerca de três meses das eleições. O texto, aprovado em 2º turno pelo Senado nesta quinta-feira (30), vinha sendo chamado pela oposição de "eleitoreiro".
"Tudo que fosse aprovado no sentido de mitigar essa situação seria considerado eleitoreiro. Mas vamos lembrar que a própria oposição votou junto. Houve muito pouco voto contrário".