Na hora de compartilhar uma história ou conversar com amigos, a cerveja é figurinha carimbada nas mesas de bar. E os brasileiros saem na frente, com uma das "geladas" mais baratas do mundo, segundo dados das plataformas Numbeo e Statista, compiladas pelo site cupomvalido.com.br.
Aqui, apesar da inflação de 5,2% sobre bebida em 12 meses acumulados até maio deste ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível consumir um litro por US$ 2,76, em média, ou R$ 13,80 — o valor é 66% menor do que a média global, de US$ 8,12 ou R$ 40,59.
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O levantamento, que monitorou os preços da cerveja em 195 países, põe o Brasil na 10ª posição do ranking dos menores preços, atrás de países como Zâmbia, Belarus e Colômbia. O litro mais barato é vendido a US$ 1,50 (ou R$ 7,50) na Etiópia. Em contrapartida, os maiores preços são encontrados nos Emirados Árabes e em Omã, países em o litro custa US$ 21,96 e US$ 21,10, respectivamente. Os países seguem a fé islâmica, que condena o consumo de bebidas alcoólicas.
A cerveja representa de 20% a 30% do faturamento em restaurantes e pelo menos 50% em bares, segundo Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). E, assim como os preços variam de acordo com a faixa de renda da população, o mesmo acontece com a preferência pelas embalagens: latas e garrafas.
Entre as classes D e E, a preferência é pela garrafa de um litro, o popular “litrão”, pelo tamanho com preço mais acessível. Na outra ponta, as classes mais abastadas preferem as versões long neck. A classe média, por sua vez, gosta das garrafas de 600ml e das latas-padrão (350ml).
Na distribuidora de Robson Silva de Souza, na Tijuca, o latão de 473ml é o campeão de vendas, principalmente para grandes eventos:
"Trabalho com duas grandes marcas que, juntas, representam, 50% do faturamento. De todo modo, o pessoal costuma comprar o latão em grande quantidade, quando estão organizando eventos, como festas e churrascos."
Latinha lidera no custo-benefício
Apesar da preferência pela cerveja engarrafada (47%), as latinhas convencionais de 350ml têm o melhor custo-benefício, tanto para clientes quanto para empresas.
"A embalagem de alumínio é a melhor porque gela mais rápido, faz o descarte mais rápido, recicla mais rápido. Mas o consumidor prefere o vidro ainda. Acho que pela questão de poder compartilhar", comenta Solmucci.
Lucas Romero, mestre cervejeiro pela VLB Berlim, explica que a lata, diferentemente da garrafa, impede o envelhecimento acelerado da cerveja, por não ser translúcida. O especialista destaca ainda que a lata de 350ml tem o tamanho ideal para garantir a otimização do custo-benefício.
Na outra ponta, os dois são categóricos: a long neck é a embalagem mais desvantajosa para clientes e vendedores, pela composição em vidro, por não poder ser reciclada e por comportar pouco líquido (de 275ml a 355ml).
Conheça dica para não errar na conta de bar
Para evitar desperdícios, Lucas Romero, professor da Science of Beer, recomenda que, antes de pedir a cerveja e escolher entre lata e garrafa, basta fazer uma conta de bar. Para chegar ao melhor custo-benefício, é interessante ver o custo por litro embutido.
Funciona da seguinte forma: se uma long neck de 300ml custa R$ 5, o cliente bebe 60ml para cara real pago. Ou seja, se a garrafa de 600ml da mesma marca custar até R$ 10 — em que teria os mesmos 60ml de custo por litro embutido —, o ideal seria pedir a quantidade maior. Caso contrário, a long neck pode ser mais vantajosa.
Ele alerta que, quanto menor a embalagem, menor a vantagem. É o caso, por exemplo, da long neck, com volumes entre 275ml e 355ml, e a nova latinha de 269ml. Algumas marcas, no entanto, dão mais destaque para embalagens menores, como parte da estratégia de posicionamento no mercado.