O PIB americano recuou 1,4% entre janeiro e março deste ano, considerando a taxa anualizada, forma como o país divulga seus dados de crescimento. É a primeira contração desde 2020, ano que marcou o início da pandemia, quando os efeitos sobre a economia global foram devastadores. O resultado surpreendeu analistas, que estimavam avanço na casa de 1% no período, segundo estimativas da Bloomberg.
No quarto trimestre do ano passado, a economia americana apresentou crescimento de 6,9%, também na taxa anualizada. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,6%.
De acordo com o governo americano, a queda do PIB se deve a um salto nas importações, acompanhado de recuo das exportações e uma reação lenta da indústria e do comércio para ampliar os estoques, pressionando pelo aumento do consumo. A atividade econômica foi afetada pelo ressurgimento de casos da Covid-19.
Apesar de a inflação estar no maior patamar desde o início da década de 1980, o consumo das famílias cresceu 2,7% no primeiro trimestre, num ritmo ainda maior que o verificado entre outubro e dezembro. No último trimestre de 2021, a economia havia crescido a passos largos, com expansão de 6,9% na taxa anualizada.
De acordo com o Departamento do Comércio americano, o núcleo do índice de preços das despesas de consumo pessoal, que exclui componentes voláteis de alimentos e energia, cresceu 5,2% na taxa anualizada no último trimestre. O indicador é uma das medidas de inflação seguidas de perto por dirigentes do Federal Reserve, Banco Central americano.
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Dados não indicam sinal de recessão
Na avaliação da Bloomberg, os dados do PIB mostram que há volatilidade de um trimestre para o outro e não necessariamente indica fraqueza da economia ou sinal de recessão.
Os números de inflação são importantes, pois influenciam na decisão de política monetária que será tomada pelo banco, na semana que vem. Mas, dificilmente, os dados divulgados hoje vão interferir na política de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que já acenou com novas altas da taxa, para conter a inflação.
"Com crescimento forte do consumo, investimento privado e emprego no primeiro trimestre, a economia americana não estava em recessão no início do ano. O crescimento deve ser retomado no segundo trimestre", disse Bill Adams, economista-chefe no Comerica Bank.