Mastercard deve reajustar tarifas em 0,2% e 0,5%
Ana Carol Soares
Mastercard deve reajustar tarifas em 0,2% e 0,5%

A Mastercard vai aumentar a chamada “tarifa de intercâmbio” para transações via cartões de crédito e débito ainda neste mês de abril. Claro, associações e representantes do varejo e do setor de e-commerce não estão nada feliz com isso e vêm pressionando a operadora para que a mudança não seja implementada, argumentando que a medida vai acelerar a inflação e reduzir o poder de compra do consumidor.

A partir deste mês de abril, a Mastercard prevê um aumento que chega a 0,2% nas taxas para transações online feitas no crédito e até 0,5% nas realizadas no débito, segundo informações obtidas pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Os percentuais variam para cada setor.

A chamada “tarifa de intercâmbio” é cobrada pela operadora e repassada aos bancos emissores dos cartões da bandeira. Segundo a Mastercard, o aumento de custo poderá ser repassado ao consumidor.

No entanto, comerciantes estão preocupados com a mudança, que deve chegar em breve. Por isso, representantes do varejo e do setor de e-commerce vêm se manifestando contra o aumento nas tarifas e pressionando a Mastercard para que a medida não seja implementada.

Aumento não tem justificativa, dizem comerciantes

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) elaborou recentemente uma notificação extrajudicial para a operadora de cartões. Além dela, a Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (ABAAS) também assinou um ofício sobre o tema, alertando a Mastercard sobre o aumento nas tarifas.

No final de maio, outras associações ligadas ao setor de e-commerce, como Conecta, Câmara-e.net, Abipag e Abranet, também se manifestaram contra. Foi elaborada e enviada uma carta à administração da Mastercard para reclamar do aumento nas tarifas cobradas.

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A ABRAS argumentou em seu texto que não foi apresentada nenhuma “justificativa econômica e jurídica” para o aumento nas taxas. Além disso, a associação de supermercados disse que a mudança deverá contribuir para a “aceleração da inflação e a redução do poder de compra dos consumidores”.

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Segundo os representantes do setor de atacado, o aumento da Mastercard é “inaceitável, abusivo, exorbitante e desproporcional”. No texto, eles indicaram que poderão “repensar” a utilização da bandeira nas vendas. 

As associações do setor de e-commerce também se demonstraram preocupadas com a notícia. Elas acreditam que o aumento nas tarifas deverá prejudicar, principalmente, empresas e comerciantes de pequeno porte, que já foram duramente afetados pela crise econômica e pandemia de coronavírus. 

A carta enviada à Mastercard pede a suspensão imediada dos planos de aumento nas taxas de intercâmbio. Os representantes projetaram ainda que a medida deverá causar um impacto de ao menos R$ 604 milhões ao ano para o setor de e-commerce.

A Mastercard enviou uma nota ao Globo, afirmando que a taxa será atualizada no dia 22 de abril, “respeitando os limites estabelecidos pelo regulador”. Além disso, a operadora destacou que as tarifas são pagas ao banco do titular do cartão pelos serviços prestados e que a Mastercard não obtém “nenhuma receita advinda de taxas de intercâmbio”.

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