As autoridades antitruste da União Europeia fizeram uma "inspeção de surpresa" nos escritórios da empresa russa Gazprom na Alemanha nesta quinta-feira (31) para verificar se houve violação nas regras de concorrência para aumentar artificialmente os preços do gás natural no bloco.
Em nota, a Comissão Europeia informa ainda que as inspeções foram "realizadas nas sedes de sociedades ativas no campo do fornecimento, transporte e estocagem de gás natural". Apesar de não citar o nome das companhias, a mídia internacional flagrou os representantes nas unidades alemãs.
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O comunicado oficial ainda pontua que as "inspeções sem aviso prévio são um passo preliminar na investigação de supostas práticas" irregulares, mas que o simples fato de uma sede ser submetida ao procedimento "não significa que ela seja culpada".
Em janeiro deste ano, a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, havia solicitado formalmente a diversas empresas que operam no setor, entre elas, a Gazprom, para dar informações sobre os problemas registrados nos fornecimentos.
Essas "adversidades" foram a justificativa para o aumento dos preços do combustível fóssil anunciados à época.
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A Alemanha tem uma série de dutos de gás conectados à Rússia, entre eles, o Nord Stream 1.
A questão do gás vem sendo um dos principais problemas para os europeus desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em guerra iniciada em 24 de fevereiro.
Apesar de algumas sanções terem atingido o setor e o projeto do Nord Stream 2 - que dobraria o fornecimento russo à Europa - ter sido abandonado, a gigante russa Gazprom não foi penalizada.
Cerca de 40% do gás consumido na União Europeia vem de gasodutos russos e os países já anunciaram uma série de medidas para diminuir sua dependência da Rússia no setor. No entanto, a Alemanha - que tem a maior economia da Europa - estima que só conseguirá essa independência na metade de 2024.
Em outra parte dos embates, a Rússia anunciou que quer receber apenas pagamentos em rublos pelo gás dos "países hostis", ou seja, os que aplicaram sanções. Porém, a medida ainda não entrou em vigor e os ocidentais informaram que vão continuar a pagar em euros ou dólares conforme determinam os contratos.