O governo americano anunciou nesta quinta-feira (31) a liberação de um volume recorde de um milhão de barris de petróleo por dia das Reservas Estratégicas de Petróleo (SPR) do país por até 180 dias. O plano será detalhado hoje à tarde pelo presidente americano Joe Biden e tem como objetivo conter a alta de combustíveis.
Os 180 milhões de barris correspondem a dois dias de consumo global. O petróleo vinha subindo já no ano passado e chegou a quase US$ 140 o barril com a guerra na Ucrânia. Antes mesmo do anúncio de hoje pela Casa Branca, a commodity caía 5%, com a expectativa da liberação.
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Essa liberação recorde vai providenciar um volume histórico de suprimento, que servirá como uma ponte até o fim do ano, quando a produção doméstica voltará a subir", disse a Casa Branca em comunicado.
A elevada cotação do petróleo tem afetado as economias dos quatro cantos do planeta, incluindo o Brasil, onde os preços do diesel e da gasolina já acumulam alta de mais de 40% e 20%, respectivamente, neste ano.
Nos EUA, os preços da energia e dos combustíveis, especialmente a gasolina, têm pressionado a inflação, levando Biden a recorrer à liberação das reservas para aumentar a oferta do petróleo e, asism, tentar baixar o preço da commodity.
Em março, a inflação nos EUA ficou em 0,6% e acumula alta de 6,4% no ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.
O West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, caíam 4,7%, sendo negociado a US$ 103,07 o barril, após o anúncio. O preço do petróleo Brent, referência global, também caía 5,18%, a US$ 108,27.
Esta será a terceira vez que os EUA lançam mão de suas reservas estratégicas nos últimos seis meses e é a maior liberação em quase 50 anos, desde que a as reservas estratégicas foram formadas.
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Em paralelo, a Opep e seus aliados decidiram manter seu cronograma de aumento gradual da produção a partir de maio, quando deverão ofertar mais 432 mil barris por dia. A decisão estava em linha com as expectativas do mercado.
Nesta sexta-feira, os países membros da Agência Internacional de Energia (AIE) também devem se reunir para decidir sobre uma liberação coletiva de petróleo, disse um porta-voz da ministro da Energia da Nova Zelândia em um e-mail, com o objetivo de acalmar os preços globais do petróleo que atingiram as maiores altas em 14 anos em meio ao conflito Rússia-Ucrânia.
"O valor da possível liberação coletiva não foi decidido", acrescentou o porta-voz da ministra Megan Woods. "Essa reunião definirá um volume total e as alocações por país seguirão", disse ela.
Os Estados Unidos consomem cerca de 20 milhões de barris de petróleo por dia. Os altos preços da energia contribuíram para a alta inflação e levaram a Opep+, o cartel de produtores de petróleo que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo Opep), a Rússia e outros, a bombear mais petróleo.
A liberação de 50 milhões de barris de Biden mal afetou o mercado. O mundo consome cerca de 100 milhões de barris por dia, e os preços são fixados nesse mercado global. Quando esse óleo foi lançado, foi feito em coordenação com outros governos mundiais, incluindo Grã-Bretanha, Índia, Japão e Coréia do Sul.
O estoque de emergência é armazenado em cavernas subterrâneas no Texas e na Louisiana. A reserva foi estabelecida após o embargo de petróleo de 1973-74 por membros árabes da OPEP, e foi aproveitada em emergências como a guerra do Golfo Pérsico, em 1991, e as consequências do furacão Katrina, em 2005, quando grande parte da infraestrutura petrolífera ao longo do Golfo do México foi danificado.
*Com agências internacionais