A Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) declarou nesta terça-feira (22) sobreaviso no abastecimento de combustíveis no Brasil, determinando que as refinarias e distribuidoras informem diariamente seus estoques.
A decisão ocorre em meio a temores de desabastecimento, provocados pelas incertezas sobre a evolução do preço do petróleo no mercado internacional.
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A ANP disse, que no momento, "o abastecimento está regular em todo o território nacional" e que o sobreviso "visa tão somente permitir que esse acompanhamento dos estoques e das importações de produtores e distribuidores seja intensificado, em face da situação geopolítica mundial atual", se referindo à guerra na Ucrânia.
A partir desta quinta, dia 24, refinarias e distribuidoras têm até às 12 horas de cada dia para informar quanto têm de combustíveis em seus estoques. A regra é válida até mesmo para produtores e distribuidores de combustíveis de aviação e GLP (gás liquefeito de petróleo).
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Distribuidoras vinham reclamando das dificuldades em encontrar combustíveis, depois que pequenos importadores passaram a suspender as compras, pois teriam que vender com prejuízo para competir com os preços da Petrobras, que apresentavam defasagem em relação ao mercado internacional.
O risco de desabastecimento chegou a ser usado como motivo para o mega-aumento nos preços dos combustíveis anunciado pela petroleira no último dia 11. Na ocasião, a gasolina foi reajustada em 18,7%, o diesel, em 24,9%, e o gás de cozinha, em 16%.
Mesmo com o reajuste, as distribuidoras iniciaram uma verdadeira corrida para reforçar seus estoques — sobretudo de diesel. O preço do óleo nas refinarias subiu 123% desde janeiro de 2021, chegando a R$ 4,51 por litro. O litro da gasolina, por sua vez, avançou 110%, e atingiu R$ 3,86.
Os reajustes promovidos pela Petrobras reduziram a defasagem em relação ao mercado internacional, mas aumentaram a pressão para que a estatal mude sua política de preços.
Na última semana, o diesel chegou a ficar mais caro no Brasil do que no exterior, mas isso logo mudou. Na terça, dia em que a ANP lançou o sobreaviso, a defasagem do preço interno chegou a 14% ou R$ 0,72 por litro. Na gasolina, a defasagem foi de 11% ou de R$ 0,49 por litro. Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).