O presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quarta-feira (23) que não vai estourar os gastos neste ano e admitiu esperar um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país abaixo de 2021. A declaração foi dada em um vídeo enviado ao Fórum Global de Negócios da América Latina.
Bolsonaro afirmou que a alta na inflação deverá segurar o crescimento econômico do país em 2022, mas reafirmou o potencial econômico do Brasil perante ao mercado internacional.
"Sabemos que não há crescimento sustentado sem pleno controle da inflação. Estamos trabalhando com a cautela necessária para garantir a continuidade do crescimento ao longo dos próximos anos", disse.
"A necessidade de controlar a inflação nos dificulta alcançar o mesmo resultado este ano", concluiu.
Em 2021, o Brasil fechou com crescimento de 4,6% do PIB, mas viu a inflação atingir a marca de 10,06%. O Banco Central se mostrou agressivo ao subir a taca Selic para segurar o avanço da crise, mas a medida ainda não surtiu o efeito esperado pelo Palácio do Planalto.
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Na conferência, Bolsonaro ainda prometeu segurar os gastos em 2022. A preocupação do mercado externo é que o Brasil aumente suas dívidas e entre para a lista de países não confiáveis economicamente.
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"Estejam seguros, não haverá excesso de gastos nem irresponsabilidade fiscal", afirmou Bolsonaro.
No entanto, o presidente tem cobrado do Ministério da Economia mais flexibilidade em gastos em pleno ano eleitoral. Contrário a redução de impostos, Paulo Guedes cedeu a pressão para o governo anunciar a redução de alíquotas federais sobre os combustíveis.
O governo ainda anunciou a fixação de alíquota de ICMS nos Estados, o que vai provocar uma forte queda na arrecadação dos governadores. Fora isso, Bolsonaro se vê pressionado a reajustar salários de servidores, principalmente do setor da segurança, após promessa feita no fim do ano passado.