A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu em um procedimento preliminar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, explique porque teria omitido a participação de sua filha, Paula Drumond Guedes, e de sua esposa, Maria Cristina Bolívar Guedes, em sua offshore na Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe.
A PGR havia arquivado as investigações sobre o caso, mas afirma que os "elementos indiciários" fazem necessária uma nova manifestação do ministro.
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A notícia de que Paulo Guedes era sócio de uma empresa em um paraíso fiscal foi revelada em outubro do ano passado pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Guedes era dono da Dreadnoughts International, avaliada em US$ 9,5 milhões (aproximadamente R$ 51 milhões, em valores atuais).
O documento também mostrou que o ministro da Economia pode ter lucrado R$ 14 milhões com a valorização do dólar apenas durante o período à frente da pasta.
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A decisão da PGR foi uma resposta à representação apresentada pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Kim Kataguiri (União-SP), Lídice de Mata (PSB-BA) e Bira do Pindaré (MA).
Segundo os parlamentares, Guedes teria omitido à Comissão de Ética do governo federal que, ao deixar a direção da offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, colocou a filha no cargo de diretora. A esposa do ministro também seria sócia da Dreadnoughts International.
"Paulo Guedes omitiu que sua filha continuaria como diretora, como sócia, dessa offshore. Isso é grave. Eu penso que a Procuradoria-Geral da União constatou isso, é fato que ele realmente mentiu quando fez sua declaração junto ao governo", disse Elias Vaz ao iG .
Já a defesa de Guedes disse à reportagem que "o caso já foi arquivado, e não houve necessidade de qualquer depoimento do ministro, justamente porque as explicações da defesa foram suficientes para esclarecer o episódio como um todo e demonstrar a legalidade dos atos de Paulo Guedes, em sua vida pública e privada".
E continuou: "A defesa irá apresentar à PGR, novamente, toda documentação que demonstra, de forma inequívoca, que o ministro não praticou qualquer ato ilícito, omissivo ou antiético".