Dólar volta a cair abaixo de R$ 5; Bolsa sobe com risco no exterior
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Dólar volta a cair abaixo de R$ 5; Bolsa sobe com risco no exterior

O dólar voltou a ser negociado abaixo dos R$ 5 nesta quarta-feira (9), enquanto a Bolsa brasileira sobe, acompanhando cenário de otimismo nos principais mercados acionários no exterior.

Na Europa, a Bolsa de Frankfurt fechou em alta de 7,11% e a de Paris, de 6,57%. Por volta das 13h40min, o petróleo estava em queda de mais de 4,46%, a US$ 122 na cotação do barril do tipo Brent.

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Entre os fatores de alívio para os mercados mundiais está a informação de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky,  "moderou" sua posição pela adesão da Ucrânia à Otan (a aliança militar ocidental liderada pelos EUA), já considera o "status neutro" do país e admite até negociar sobre as áreas separatistas já reconhecidas por Moscou.

A Rússia, por sua vez, afirmou hoje que os objetivos em sua invasão militar  não incluem derrubar o governo de Kiev e nem ocupar a Ucrânia.

Está marcada para esta quinta-feira uma importante reunião de negociação, na Turquia, entre o chanceler russo e o ministro de relações exteriores da Ucrânia. Os dois confirmaram hoje que participarão do encontro, que será a mais importante entre os dois lados até agora.

"Os mercados estão operando fortes, com especulações de que a Ucrânia pode aceitar os termos da Rússia e, com isso, ligamos o risk-on (posição favorável ao risco). O resultado disso é queda das commodities e do Tesouro e do dólar americanos e bolsas subindo", destaca o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Por volta de 14h15, a moeda americana tinha baixa de 1,20%, negociado a R$ 4,9930.

No dia 23 de fevereiro, a moeda  havia furado a barreira dos R$ 5 pela primeira vez desde julho do ano passado, quando atingiu a barreira dos R$ 4,9947.

No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,76%, aos 113.162 pontos.

"De todo modo, as incertezas seguem elevadas e o cenário aponta para preços pressionados por um período mais prolongado, aumentando os desafios da política monetária, ainda mais quando levamos em conta os riscos baixistas para o crescimento", destacou o Bradesco em nota matinal.

Subsídio para conter alta de preços

Na cena interna, o foco do mercado está nas medidas que serão adotadas pelo governo para frear o avanço dos combustíveis com a alta do petróleo.

Em reunião na terça-feira, ministros do governo Jair Bolsonaro  avançaram nas negociações para criar um subsídio federal com o objetivo de segurar os preços. No início da semana, Bolsonaro  voltou a criticar a política de preços praticada pela Petrobras, derrubando as ações da empresa.

Números que circularam no Palácio do Planalto apontam para um subsídio de três meses, que poderia custar cerca de R$ 25 bilhões.

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Para isso, seria necessário editar um crédito extraordinário, fora do teto de gastos. A decisão, no entanto, ainda não foi tomada e deve continuar pressionando o comportamento do mercado interno.

Nesta quarta-feira, o Plenário do Senado se reúne para votar projetos sobre a alta dos combustíveis.

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 0,46%, e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto) cediam 0,12%.

Em um dia negativo para o minério de ferro negociado no exterior, as ordinárias da Vale (VALE3) caíam 6,89%, e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3) subiam 0,22%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) cediam 0,26%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 4,98% e 5,60%, respectivamente.

Aproveitando-se da queda nas taxas de juros futuros, empresas ligadas à economia doméstica e que vinham descontadas têm forte alta.

As ordinárias do Grupo Natura (NTCO3) avançavam 17,51%, e as da LocalWeb (LWSA3), 6,98%. As units do Banco Inter (BIDI11) subiam 12,33%.

Marfrig tem lucro recorde em 2021

A Marfrig registrou lucro líquido de R$ 650 milhões no quarto trimestre, queda de 44,5% na base de comparação anual. A receita líquida atingiu R$ 23,9 bilhões, alta de 31,1% na mesma base de comparação.

No acumulado de 2021, o lucro líquido foi de R$ 4,342 bilhões, alta de 31,5% ante 2020.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 14,5 bilhões, alta de 51,6% ante o registrado em 2020.

Segundo a Marfrig, os números de 2021 representaram os “melhores resultados históricos” da companhia.

Os papéis ON da companhia (MRFG3) subiam 0,46%.

Em relatório, a XP avaliou os resultados como fortes, mas destacou que boa parte da performance positiva vem das operações nos Estados Unidos.

"Apesar dos preços mais altos do gado nos EUA e da expectativa de acomodação nas margens, a demanda permaneceu forte e os preços resilientes da carne bovina permitiram mais um trimestre com margens recordes. A maior parte dessa tendência já era esperada, pois os valores da carne bovina (cut-out) continuaram surpreendendo o mercado, enquanto as exportações também foram positivas, apesar de serem menos relevantes para a Marfrig", destacaram os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

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