Combustíveis: Petrobras prepara novo reajuste e governo quer subsídio
Fernanda Capelli
Combustíveis: Petrobras prepara novo reajuste e governo quer subsídio

A disparada do petróleo no mercado internacional, após a invasão russa à Ucrânia, deve levar a um novo aumento nos preços dos combustíveis no Brasil. Com o tipo Brent, referência global,  ultrapassando a marca de US$ 130 por barril, a Petrobras busca a aprovação do governo para anunciar mais um reajuste. É o que diz a agência de notícias britânica  Reuters .

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O último reajuste foi anunciado pela estatal no dia 11 de janeiro, quando os futuros do Brent fecharam a US$ 83,72 por barril, bem abaixo dos níveis atuais. Cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontam que  a defasagem entre o valor da gasolina e do diesel no país e o cobrado lá fora chegou a 25%, o maior patamar registrado em dez anos.

Fontes ouvidas pela Reuters  disseram que a direção da Petrobras alertará o governo sobre um possível desabastecimento em algumas regiões do país. Pequenos omerciantes têm suspendido as importações, pois teriam que vender com prejuízo para competir com os preços da petroleira.

Na semana passada, o presidente-executivo da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, teria cancelado uma viagem a Houston, onde se apresentaria na conferência de energia CERAWeek, para discutir o aumento de preços com o governo, afirma a agência britânia.

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No ano passado,  a empresa registrou lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões, 1.400,7% a mais do que em 2020. Com o resultado, a Petrobras distribuiu US$ 37,3 bilhões em dividendos — valor que também é considerado recorde.

Diante da escalada de preços do petróleo, o governo também avalia uma medida para frear o preço dos combustíveis ainda nesta semana. A ideia é utilizar dividendos da Petrobras para um subsidio de curto prazo, de cerca de três meses, com custo abaixo de R$ 40 bilhões. A informação é do blog da Ana Flor, do g1.

A proposta enfrenta resistências dentro do governo, mas no Planalto a saída é vista como a única chance de evitar que o litro da gasolina ultrapasse R$ 10.

O Senado ainda deve discutir dois projetos de lei que buscam reduzir os preços, mas o governo quer uma solução mais imediata, assim como foi feito durante o governo de Michel Temer (MDB), em 2018, para lidar com a greve dos caminhoneiros.

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