A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou na última quinta-feira (3) que a possibilidade de receber fertilizantes da Rússia e da Bielorrúsia durante a guerra na Ucrânia é "totalmente descartada". Tereza Cristina participou da live semanal do presidente Jair Bolsonaro (PL), transmitida pelas redes sociais.
Os fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, são largamente utilizados pelo setor agrícola brasileiro. Porém, cerca de 80% deles são importados pelo país, e a Rússia e a Bielorússia são dois dos principais fornecedores.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram
e fique por dentro de todas as notícias do dia
A ministra avaliou que no momento não há condições viáveis para o pagamento e para o transporte dos fertilizantes dadas às sanções impostas aos países do Leste Europeu pela invasão militar.
"O que nós temos no momento é uma suspensão deste comércio porque nós não temos como pagar esses produtos e também nós não temos navios, nem seguro para esses navios para poder carregar esses fertilizantes do mar Báltico e Negro".
"Eles não fizeram a suspensão, é o problema da guerra. Então, enquanto ela estiver acontecendo, é totalmente descartada a possibilidade de a gente receber fertilizantes daqueles dois países, tanto da Bielorrúsia quanto da Rússia", continuou.
Leia Também
Plano Nacional de Fertilizantes
Possível candidata a vice de Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais deste ano, Tereza Cristina também voltou a comentar sobre o plano nacional de fertilizantes, que tem por objetivo diminuir a dependência externa do produto. "O senhor [Bolsonaro] entrega ele na última semana de março, lá no Palácio do Planalto".
"Esse plano está pronto. Não foi por causa dessa crise. Isso nós pensamos lá atrás: que o Brasil, uma potência agro, não podia ficar nessa dependência do resto do mundo de mais de 80% nos três produtos [nitrogênio, fósforo e potássio] de vários países".
Durante a live, o presidente havia feito menção a um projeto de lei em tramitação no Congresso que permite a exploração mineral em reservas indígenas, como na Foz do Rio Madeira. Bolsonaro defende a aprovação do texto com o argumento de que há risco de desabastecimento de fertilizantes no Brasil por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Nesta semana, a ministra da Agricultura já havia dito que o nosso país possui estoque de fertilizantes até o início da próxima safra, em outubro.
Hoje, uma reportagem do jornal A Folha de S. Paulo informou que o Ministério da Indústria e Comércio da Rússia pediu que as fabricantes de fertilizantes suspendam a exportação do produto.