O ministro da Cidadania, João Roma, defendeu que o Congresso precisa ampliar o leque de benefícios sociais do governo, mesmo em ano eleitoral, já que o país sofreu muito com os efeitos da pandemia de Covid-19. Ele diz que o governo está "sensível" às mazelas e pretende dar gratuidade na passagem de ônibus para idosos e a ampliar a cobertura do Auxílio-Gás.
“O governo federal está, sim, sensível ao tema e buscando, em parceria com o Parlamento, soluções para superar quesitos como estes: gratuidade na passagem de ônibus, avançar na questão do Auxílio-Gás para uma quantidade maior de famílias brasileiras”, disse em entrevista ao site Poder360.
“De mãos dadas da área econômica com a social, ações como essas refletem positivamente na economia, como tem sido a percepção do Auxílio Brasil", completou.
Roma completou um ano no cargo, mas deve deixar o posto para disputar as eleições ao governo da Bahia em outubro, para isso será necessário se licenciar do cargo em março. Ele é notório pelas desavenças com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com o qual travou embates sobre responsabilidade fiscal versus responsabilidade social.
“A responsabilidade fiscal é fundamental […], todavia, o Estado brasileiro não se rege apenas pela faceta econômica”, disse o ministro da Cidadania.
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"Várias vezes as reuniões foram calorosas com o ministro Guedes e a sua equipe, mas todas de maneira muito franca, buscando realmente cada vez mais encontrar caminhos de fortalecer a área social do governo. A área social e econômica são duas faces da mesma moeda. O governo tem que sentir, sim, que é o único vetor de desenvolvimento para o brasileiro. E a satisfação que temos que dar é ao cidadão, não a qualquer nicho de poder dentro do governo."
Ele defendeu que o Executivo execute projetos “dentro de uma equação palatável para o mercado e que demonstre, sim, que a ação e responsabilidade do governo são com os mais necessitados, mas não visam, de forma nenhuma, desequilibrar o mercado”.
Sobre o Auxílio Brasil de R4 400 até o fim de dezembro deste ano, o ministro disse se tratar de "um estímulo para a pessoa superar a condição de pobreza".
"Era um grande dilema que havia no programa social e deixava muitas pessoas angustiadas. Havia quase 3 milhões de famílias aptas a receber o programa, mas não eram contempladas. Com o auxílio, conseguimos zerar a fila. Passamos de 14,5 milhões de famílias beneficiadas para mais de 18 milhões de famílias que hoje recebem o mínimo de R$ 400, interligado com políticas públicas. Isso é essencial porque, diferente do programa anterior, aquela pessoa que conseguiu emprego com carteira assinada não perde o benefício. Além disso, recebe bonificação de mais R$ 200."