O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou nesta quinta-feira (9) o projeto do Orçamento de 2022 ao relator-geral, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), devido às mudanças do cenário econômico e da promulgação PEC dos precatórios. Entre as alterações está o aumento do Auxílio Brasil para R$ 415
, mas a promessa de reajuste salarial de servidores não foi incluída.
Ontem, em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro voltou a reforçar o compromisso de aumentar o salário de todos os servidores federais.
"Teria [que ser reajuste de] 3%, 4%, 5%, 2%... Que seja 1% . Essa é a ideia. Porque nós estamos completando aí no meu governo três anos sem reajuste. Agora, o reajuste não é para recompor toda a inflação, porque não temos espaço para isso", disse Bolsonaro à Gazeta do Povo.
O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, calcula que cada 1 ponto percentual de reajuste custará R$ 4 bilhões.
O presidente sugeriu pela primeira vez o reajuste dos servidores federais durante sua viagem para Dubai. "Dá para atender a população mais carente, dá para atender a questão orçamentária e pensamos até, dado o espaço que está sobrando, em atender até em parte os servidores", disse na época.
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Aumento no Auxílio Brasil
Na reestimativa, as despesas com o programa social Auxílio Brasil vão alcançar R$ 90,552 bilhões no ano que vem. Na versão inicial do projeto de lei orçamentária de 2022, a previsão era de R$ 35,926 bilhões. A diferença chega a R$ 54,6 bilhões.
Os cálculos foram feitos considerando valor do benefício médio de R$ 415 e levam em conta a inclusão de famílias elegíveis e a mudança nas linhas de pobreza e extrema pobreza na aprovação da Medida Provisória 1061/21 pelo Congresso.
O ofício ainda pede a mudança nas despesas obrigatórias e programações da saúde e educação, entre outras. "As reestimativas estão alinhadas com as alterações de políticas recentes aos mais vulneráveis", explica Paulo Guedes.