Com os R$ 106 bilhões a mias no Orçamento da União para 2022, o presidente Jair Bolsonaro quer reservar uma parcela ao aumento salarial de todos os servidores federais. Nesta quarta-feira (8) voltou a reacender a promessa de reajuste em ano eleitoral.
"Teria [que ser reajuste de] 3%, 4%, 5%, 2%... Que seja 1%. Essa é a ideia. Porque nós estamos completando aí no meu governo três anos sem reajuste. Agora, o reajuste não é para recompor toda a inflação, porque não temos espaço para isso", disse Bolsonaro em entrevista à Gazeta do Povo.
Bolsonaro confia que seja possível o aumento sem ultrapassar o teto de gastos. Nas contas do Ministério da Economia, dos R$ 106 bilhões liberados, apenas R$ 1,1 bilhão estão livres para outras despesas, enquanto todo o restante está comprometido.
O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, calcula que cada 1 ponto percentual de reajuste custará R$ 4 bilhões.
Bolsonaro admitiu que o aumento tem contornos políticos e citou o exemplo do Rio de Janeiro, que anunciou elevação de 10% no salário dos servidores estaduais.
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"Eu falei com o [Paulo] Guedes na possibilidade de dar um reajuste. Que reajuste é esse? Eu já vi la o governador do Rio já anunciou 10% pros servidores. Politicamente, é bacana, né. Tem eleição no ano que vem. O servidor [em] grande parte merece isso. Agora, do nosso lado aqui, [o reajuste] não chegaria a isso", afirmou.
O presidente sugeriu pela primeira vez o reajuste dos servidores federais durante sua viagem para Dubai. "Dá para atender a população mais carente, dá para atender a questão orçamentária e pensamos até, dado o espaço que está sobrando, em atender até em parte os servidores", disse na época.