Em meio as ameaças de paralisação, os caminhoneiros criticaram a proposta do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) em congelar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos estados para reduzir o preço dos combustíveis. Segundo líderes da categoria, a medida é paliativa e não vai alterar a política de preços da Petrobras.
Nesta sexta-feira (29), o Confaz decidiu congelar o imposto estadual para combustíveis até 31 de janeiro de 2022. A medida visa reduzir o valor da gasolina e diesel nas bombas e diminuir as possibilidades de greve dos caminhoneiros.
Entretanto, a proposta foi recebida de forma negativa pela categoria. Ao UOL , o líder dos caminhoneiros autônomos no Piauí, Edvan Ferreira, disse que a proposta não irá resolver o problema. Ele ressalta os prejuízos para os estados e a possibilidade de lucro para acionistas da Petrobras.
"É uma medida paliativa, não vai resolver o problema. Os estados também foram beneficiados --e muito-- com esses aumentos dos combustíveis. Está na hora de rever a tributação. Mas se a Petrobras não mudar, não irá surtir efeito", disse.
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"Congela-se o ICMS, e o PPI (Preço de Paridade de Importação) continua. Significa perda de arrecadação para os estados e lucros para os acionistas", concluiu Ferreira.
Lideranças de caminhoneiros ressaltaram que a proposta não afastará a possibilidade de greve da categoria, programada para começar na próxima segunda-feira (01). Após o cancelamento da reunião com o Palácio do Planalto, os líderes do movimento cogitaram a hipótese de a presidência não acreditar na paralisação e passou a pressionar ainda mais a participação de outros caminhoneiros.
Sindicatos também assinaram um documento em apoio a greve dos caminhoneiros. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical emitiram um comunicado em que reiteram que o alto valor do diesel impossibilita o trabalho da categoria, por isso, se posicionam a favor da paralisação.