Categoria promete paralisar os serviços a partir de 1º de novembro; caminhoneiros pedem redução do valor do diesel e mais atenção do Planalto às demandas dos trabalhadores
Os sucessivos reajustes no valor dos combustíveis feitos pela Petrobras fez o diesel chegar a R$ 5, em média, nas bombas dos postos. Os caminhoneiros ficaram contrariados e lembraram das promessas do presidente Jair Bolsonaro que reduziria o preço do combustível. Após diversos pedidos não atendidos, a categoria optou por entrar em greve.
Após tentar negociar uma redução nos preços do diesel, caminhoneiros realizaram uma assembleia no dia 16 de outubro para chancelar a greve. Diversas associações, como a Abrava e CNTTL, aprovaram a paralisação a partir de 1º de novembro.
"Se até o dia 31 o governo não sinalizar com alguma coisa concreta para a categoria, a paralisação está mantida. Quero ver o que o governo vai falar com esse novo aumento. É muito fácil o chefe da nação fazer uma live e dizer: 'olha, estou conversando, acionando ministério da Economia, o presidente da Petrobras, vamos buscar uma solução'. Mas não, fala que vai ter mais aumento e não vai interferir"
Para diminuir a revolta dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o lançamento do 'Auxílio Diesel' com parcelas de R$ 400 para a categoria. No entanto, os autônomos ficaram revoltados e disseram que o valor é irrisório.
“70% da categoria acreditou nas propostas do governo e se considera traída por [Bolsonaro] não ter cumprido”, afirmou em entrevista ao site Poder 360.
Na última segunda-feira (25), a Petrobras anunciou o reajuste do diesel em 9% e da gasolina em 7% a partir de terça-feira (26). O aumento inflou ainda mais a categoria, que passou a cobrar o governo federal com mais veemência.
Na tentativa de segurar a greve, o governo federal marcou uma reunião com representantes do Palácio do Planalto para esta quinta-feira (28), mas recuou após a circulação de informações sobre a participação de ministros no encontro. O cancelamento causou ainda mais revolta entre líderes dos caminhoneiros.
O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, criticou a possibilidade de paralisação e disse não acreditar no sucesso da greve. Freitas ainda sugeriu que os caminhoneiros trabalhassem em empresas para reduzir custos.
Segundo líderes ouvidos pelo iG, a greve dos caminhoneiros segue mantida para 1º de novembro. Entretanto, a categoria informou que não haverá fechamento de rodovias. Embora alguns membros neguem a possibilidade, ainda há chances de haver desabastecimento de alimentos e combustíveis em alguns estados.