Chorão, líder dos caminhoneiros, mantém greve e diz que "crise é pior que 2018"
Paralisação está marcada para acontecer a partir do dia 1º de novembro
Wallace Landim, conhecido como Chorão, uma das principais lideranças da categoria dos caminhoneiros confirma que apesar da tentativa de afago do governo ao criar o "vale-diesel", a greve está mantida para 1º de novembro.
Cerca de 60% dos caminhoneiros se colocaram a favor da paralisação da categoria em novembro e 54% prometeram paralisar os serviços. Os dados foram apurados em uma pesquisa feita pela Fretebras divulgados nesta segunda-feira (25).
Veja o que se sabe sobre a greve .
Chorão pede mudança na política de preços da Petrobras. Desde o governo do ex-presidente Michel Temer os combustíveis são reajustados pelo preço no mercado internacional.
Nesta terça-feira (26) as refinarias sentiram mais um aumento vindo da petroleira. A gasolina vai subir 7% nas refinarias e o diesel, 9% e, assim a gasolina já acumula alta de 73% no ano e o diesel, de 65,3%. As altas devem ter reflexos nos preços do frete, pressionando ainda mais a inflação.
"Isso mostra um andamento totalmente contrário àquele pelo qual estamos lutando. Estamos brigando por estabilidade no combustível, no gás de cozinha, para colocar em vigor leis já aprovadas, e é isso que a Petrobras faz", diz Chorão à reportagem da Folha de São Paulo.
"A cada dia a paralisação ganha mais força. E esse aumento de agora afeta também com quem trabalha diretamente com combustível, como motoristas de aplicativos. Também estou conversando com eles para envolver os demais setores na mobilização", acrescenta.
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, disseram ontem que a privatização da Petrobras "entrou no radar" . Guedes afirmou que a empresa não valerá nada daqui a três décadas, portanto precisaria ser vendida logo. As manifestações fizeram com que os papéis da empresa decolassem mais de 6%.
"O governo, principalmente o ministério da Economia, está trabalhando para os acionistas. Sem preocupação em criar um colchão, um fundo de estabilidade", afirma Chorão.
"Se até o dia 31 o governo não sinalizar com alguma coisa concreta para a categoria, a paralisação está mantida. Quero ver o que o governo vai falar com esse novo aumento. É muito fácil o chefe da nação fazer uma live e dizer: 'olha, estou conversando, acionando ministério da Economia, o presidente da Petrobras, vamos buscar uma solução'. Mas não, fala que vai ter mais aumento e não vai interferir", acrescenta.
Principais reivindicações dos caminhoneiros
- Redução do preço do diesel e revisão da política de preços da Petrobras, conhecida como Preço de Paridade de Importação (PPI);
- Constitucionalidade do Piso Mínimo de Frete;
- Retorno da Aposentadoria Especial com 25 anos de contribuição ao INSS e a inclusão do desconto do INSS pago pelo caminhoneiro (PL2574/2021) na Lei do Documento de Transporte Eletrônico;
- Aprovação do novo Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (PLC 75/2018);
- Aperfeiçoamentos na proposta do Voto em trânsito no Senado.
- Melhoria e criação de Pontos de Parada e Descanso (Lei 13.103/2015) entre outras medidas;