Ministro minimiza greve dos caminhoneiros e sugere desistência do auxílio diesel

Tarcísio Freitas disse não acreditar em grande adesão a paralisação e ressaltou que greve não resolverá o problema

Ministro da Infraestrutura disse não acreditar em grande adesão na greve dos caminhoneiros
Foto: Reprodução: iG Minas Gerais
Ministro da Infraestrutura disse não acreditar em grande adesão na greve dos caminhoneiros

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse nesta quarta-feira (27) que os caminhoneiros precisam reorganizar o formato de trabalho para encontrar alternativas para o aumento dos combustíveis. Freitas ressaltou que a categoria autônoma precisa buscar empresas para trabalhar, o que, segundo ele, é visto como forma de reduzir custos.

O ministro participou de um almoço realizado pela Frente Parlamentar do Brasil Competitivo e disse que conversa com líderes da categoria para encontrar uma solução.

"Se o cara não perceber que ele tem que se planejar para ser inserido no mercado, ele vai ter problemas. Tem coisas que o cara tem que pensar. Por exemplo, está sobrando vaga para contratação em empresas de transporte, mas o cara quer se autônomo tendo prejuízo, em vez de ser empregado de uma empresa ganhando R$ 4.000, R$ 5.000", disse o ministro.

Embora diga que mantém contato com lideranças de caminhoneiros, Tarcísio Freitas minimizou a paralisação prevista para acontecer em 1° de novembro. O ministro de Bolsonaro diz que problemas não serão resolvidos com greves e lembrou da negativa de sindicatos que representam transportadoras em participar da manifestação.

"Não acredito em greve para resolver problema, principalmente quando tem a porta do diálogo aberta. Não é chamando greve que você vai pressionar, porque a greve tem baixa efetividade. O que você vai conseguir com a greve é só ficar vários dias parado perdendo dinheiro", afirmou Freitas.

"Mais de dois terços do transporte hoje são de empresas, elas não querem parar, então tendo rodovia desbloqueada não vai ter nada", concluiu.

Auxílio Diesel

Após a repercussão negativa entre a categoria sobre o anúncio de um auxílio de R$ 400 para bancar o diesel, o ministro da Infraestrutura concordou em deixar o assunto de lado e priorizar outras pautas. Ele lembrou que o valor daria para abastecer muito pouco o tanque e que a parcela sugerida, às vezes, é 20% do salário do autônomo.

“Pensar que R$ 400 não vai dar 80 litros de combustível, e isso vai rodar 160 km, R$ 400 não é nada. Agora, se parar para pensar que o cara tem uma renda de R$ 2 mil por mês, R$ 400 vai ser 20% a mais na renda dele”.

“Agora, entendo que se a reação é muito negativa, talvez não valha a pena insistir nisso”, disse Freitas.