Com a saída de dois secretários especiais do Ministério da Economia, o time formado por Paulo Guedes já acumula ao menos doze baixas em cargos importantes. Veja a seguir os técnicos escolhidos por Guedes que desembarcaram do governo desde o início da Presidência de Jair Bolsonaro.
Bruno Funchal
Bruno Funchal estava à frente da Secretaria especial do Tesouro e Orçamento desde abril deste ano, quando assumiu a cadeira deixada por Waldery Rodrigues, que virou assessor de Guedes. Funchal chegou ao governo em julho de 2020 para substituir Mansueto Almeida. Próximo de Guedes, Funchal deixa o cargo após o governo fechar um acordo com o Congresso para mudar o teto de gastos para pagar um Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) de R$ 400.
Jeferson Bittencourt
Secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt substituiu Bruno Funchal na dança das cadeiras ocorridas em abril deste ano. Bittencourt é servidor de carreira do órgão, ex-secretário-adjunto de Política Fiscal e Tributária e foi também assessor especial do gabinete de Guedes. Ele deixa o cargo após o governo fechar um acordo com o Congresso para mudar o teto de gastos para pagar um Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) de R$ 400.
Roberto Castello Branco
O economista Roberto Castello Branco foi demitido da presidência da Petrobras em fevereiro deste ano . O presidente Jair Bolsonaro não gostou dos aumentos de preços dos combustíveis, especialmente o do diesel, promovidos pelo executivo em meio à uma ameaça de greve dos caminhoneiros. Castello Branco chegou ainda a afirmar que a insatisfação da categoria é "um problema que não é da Petrobras” durante um evento pela internet. A situação ficou tão desgastada que Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, chegou a dizer que “alguma coisa” iria acontecer na Petrobras. Ele permaneceu no comando da estatal por pouco mais de dois anos.
Recentemente, Castello Branco criticou a política de preços da estatal e disse que Bolsonaro "acha que é dono da Petrobras" .
Waldery Rodrigues
Em abril deste ano, o então secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, deixou a função após a crise causada pela sanção do Orçamento . Bruno Funchal, que pediu demissão hoje, havia sido designado para o seu lugar.
Paulo Uebel
Insatisfeito com o atraso no envio da reforma administrativa e a situação das privatizações, Paulo Uebel decidiu deixar a Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital . A pauta, que mexe nas regras do funcionalismo, era a principal agenda da pasta, mas foi adiada inúmeras vezes a pedido do presidente Jair Bolsonaro, que temia o ônus político causado por uma proposta que afeta interesses de servidores públicos.
Salim Mattar
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Desgastado há meses, Salim Mattar deixou a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, no mesmo dia da demissão de Paulo Uebel, sem conseguir cumprir a promessa de acelerar o processo de privatizações, defendido por Paulo Guedes, que chegou a prometer se desfazer de todas as estatais. Em pouco mais de um ano no cargo, apenas algumas subsidiárias foram desestatizadas. Dono da Localiza, Mattar é empresário e se queixava frequentemente do que considerava amarras da burocracia do setor público.
Rubem Novaes
A saída de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil ocorreu após queixas de Novaes sobre a pressão política em Brasília sobre o banco público. Liberal formado em Chicago, como Guedes, ele também se sentia frustrado pelo veto imposto por Bolsonaro à privatização da instituição financeira, que ele admitia ser um sonho. André Brandão, do HSBC, deve substituir Novaes.
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Joaquim Levy
Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Levy também é liberal de Chicago e foi convidado por Guedes para presidir o BNDES. No entanto, só ficou no cargo até junho de 2019, após ser criticado publicamente por Bolsonaro , insatisfeito com a demora para abrir o que considerava ser a "caixa preta" do banco. Levy foi substituído por Gustavo Montezzano.
Mansueto Almeida
Nome forte das contas públicas e um dos criadores do teto de gastos, Mansueto deixou o comando do Tesouro Nacional neste ano . No governo desde a gestão de Michel Temer, o economista já havia sinalizado o desejo de ir para o setor privado, mas permaneceu na equipe por um ano e meio, sendo sucedido por Bruno Funchal.
Marcos Cintra
Integrante da equipe econômica desde o time de transição montado no Rio de Janeiro, Marcos Cintra deixou a chefia da Receita Federal após insistir na defesa de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF . Sua saída atrasou em quase um ano o início do debate sobre a reforma tributária do governo.
Marcos Troyjo
Deixou a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. O economista trocou o cargo pela presidência do New Development Bank, conhecido como o "banco dos Brics" .
Caio Megale
Diretor na secretaria especial de Fazenda, Caio Megale deixou o governo em julho deste ano . Disse a pessoas próximas que decidiu deixar o cargo por motivos pessoais. Ele morava num hotel em Brasília e queria voltar para próximo da família, em São Paulo.