A medida anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última quinta-feira (14), de determinar ao Ministério de Minas e Energia a volta da “bandeira normal” nas contas de luz pode gerar um aumento maior que o previsto nas tarifas em 2022. Segundo cálculos da PSR, uma das consultorias mais renomadas do setor elétrico, um aumento de 5% na energia elétrica no próximo ano é realidade. Caso a bandeira de Escassez Hídrica seja cancelada, o reajuste esperado para 2022 pode até triplicar. As informações foram publicadas pelo jornal 'O Globo'.
A projeção é considerada conservadora, pois engloba a alta do dólar e o custo que ainda não foi integralmente coberto de acionar usinas termelétricas, mas não inclui, por exemplo, o aumento dos combustíveis que são usados nestas usinas.
Como o país está gerando energia mais de forma mais cara, o valor que não está sendo coberto pelas tarifas seria repassado para o próximo ano e faria parte do cálculo do reajuste anual das distribuidoras. A chamada bandeira da crise hídrica representa uma sobretaxa de R$ 14,20 a cada cem quilowatts-hora consumidos e seguiria em vigor até abril.
O Ministério de Minas e Energia tem uma reunião marcada para a próxima semana com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e distribuidoras de energia para falar sobre o assunto.
Simulações disponibilizadas pela PSR indicam que, sem a bandeira, a conta poderia subir até 17,3%, se não houver qualquer tipo de cobrança extra até abril.
Para tentar segurar as contas no próximo ano, o governo já anunciou medidas, como a transferência para as tarifas de parte da arrecadação da privatização da Eletrobras, prevista para o primeiro trimestre do ano que vem.