O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cobrou união, respeito e responsabilidade ao governo nesta segunda-feira (20). Segundo ele, as seguidas flexibilizações do teto de gastos desacreditam o setor produtivo quanto à capacidade do governo de cumprir a regra.
"Tem faltado respeito nas relações institucionais e entre os Poderes. Esse não é o exemplo a ser dado à sociedade. Respeito é bom e a gente gosta, disse. "Está faltando respeito também à regra de responsabilidade fiscal, do teto de gastos", ressaltou em evento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).
O presidente do Senado adicionou que o governo precisa cooperar, e deixar o clima de eleições para 2022.
"Jamais seremos subservientes ao poder Executivo, subjugados pelo Poder Judiciário, nós somos o Parlamento brasileiro. É preciso ter cooperação entre os partidos e coragem sem arrogância para enfrentar os verdadeiros inimigos: a fome, o desemprego, a miséria e a crise hídrica".
Pacheco defendeu também a redução dos impostos para empresários do setor e ressaltou que recebeu e está atento a projetos de interesse da categoria como o que flexibiliza prazos de validade para alimentos e da minimização das multas administrativas supermercados.
"Devo sempre buscar uma mensagem de esperança e otimismo. Por mais que estejamos ainda na pandemia de uma doença muito séria, é preciso buscar o que mais precisamos que é o desenvolvimento econômico".
Também esteve presente o deputado federal Efraim Filho, líder da frente de Comércio, Serviços e Empreendedorismo da Câmara dos Deputados. Ele cobrou um abrandamento das multas para gerentes de supermercados. Segundo ele, fiscais tem feito "extorsões" a "quem produz" no Brasil.
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"Empreendedores não são vilões da história, são heróis, e, ainda por cima, são heróis da resistência", enfatizou.
A ABRAS promove entre hoje e amanhã a primeira convenção presencial do setor desde o início da pandemia. Cerca de 400 representantes de 200 empresas e associações são esperados no evento que conta com a abertura do ministro da Cidadania João Roma, do ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni, e participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O presidente da associação, João Galassi, fez a abertura do evento cobrando flexibilização das leis de vencimento de alimento, e fez apelo aos ministros para que o tema avance no governo.
"Precisamos aumentar a doação, tenho certeza que com movimento simples, nós podemos erradicar a fome nesse país. Não parece, mas nós temos 30% de desperdício de alimentos", disse.
Galassi também apresentou às autoridades presentes algumas demandas do setor, como a necessidade de abaixar as taxas abusivas dos vouchers de alimentação e cruzar o mapa da fome com o mapa do desperdício.