O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou sua projeção de inflação para 2021 de 5,8% na última reunião para 6,5% na ata divulgada nesta terça-feira. Com isso, a expectativa de que o índice este ano fique acima do teto da meta se mantém.
A meta de inflação este ano é de 3,75% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Caso o BC não consiga atingir essa meta, o seu presidente, Roberto Campos Neto, deverá enviar uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando as razões e o que será feito para manter a inflação na meta no próximo ano.
Na ata da reunião que decidiu pela elevação dos juros para 5,25%, o Copom avalia que a inflação ao consumidor é persistente, com surpresas no setor de serviços, com a retomada da mobilidade, e a pressão por bens industriais.
“Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas”, diz a ata.
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O documento ainda mostra que o risco fiscal, de possíveis prolongamentos de políticas fiscais de resposta à pandemia, segue contribuindo para trajetórias de inflação “acima do projetado”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira que registrou em julho uma aceleração da inflação de 0,96%, a maior para o mês desde 2002.
Para 2022, a expectativa do Copom é que a inflação fique exatamente na meta de 3,5%. A projeção está um pouco mais otimista que a do mercado, de 3,84%. As avaliações do Copom são parte do cenário básico do BC e levam em conta o dólar em R$ 5,15 e a taxa básica de juros em 7% este ano e em 2022.