O governo federal anunciou na tarde de ontem o "Auxílio Brasil" em substituição ao Bolsa Família. A estratégia de desvincular o programa social do ex-presidente Lula vai muito além da troca do nome, a ideia engloba ainda a criação de uma campanha publicitária para divulgar fraudes em pagamentos na era do petista, segundo adiantou a Folha de São Paulo.
A campanha buscaria apresentar o presidente Jair Bolsonaro como o presidente que finalmente reajustou o benefício, ampliou a transferência de renda para mais famílias e acabou com as irregularidades. No entanto, os dados apontam para uma estagnação de benefícios cancelados por irregularidades desde 2019.
No ano passado, por conta da pandemia, não houveram novos pentes-finos, e índice de benefícios cancelados foi de 0,4%. Já entre 2014 e 2019, o índice variou entre 1,3% e 2%.
Bolsonaro ainda não definiu o valor do auxílio, mas negou a possibilidade de reajuste em 100%. Se for reajustado em 50%, como disse o presidente em entrevista, o Auxílio Brasil pagará algo em torno de R$ 288 para 16 milhões de famílias. Com isso, o custo do programa tende a subir para mais de R$ 55 bilhões por ano
A reformulação do Bolsa Família faz parte da estratégia de Bolsonaro para estancar a queda de popularidade e ganhar fôlego para a campanha à reeleição em 2022, cujo principal adversário seria Lula.