A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) começou a debater o reajuste para os planos de saúde individuais e familiares de 2021 depois dos aumentos polêmicos do ano anterior . A agência deve bater o martelo nesta terça-feira (18), mas o público só saberá a taxa depois do aval do ministério da Economia .
O novo percentual vai se referir aos meses de maio deste ano a abril de 2022, e há a possibilidade de um novo encarecimento.
O mercado espera que o valor seja mais baixo do que os 8,14% aprovados no ano passado, principalmente pela queda no índice de sinistralidade, isto é - os procedimentos médicos bancados pelo convênio . Quanto maior o índice, maior o gasto do plano de saúde com os clientes. A sinistralidade foi de 82,4% do quarto trimestre de 2019 para 75,4% no mesmo período de 2020.
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Outro fator que determina o reajuste é a inflação. Em 2020, a ANS afirmou que foram consideradas as despesas assistenciais entre 2018 e 2019 e, por isso, o efeito da redução dos procedimentos médicos do ano passado seria sentido no reajuste deste ano.
Em abril deste ano, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) lançou a campanha “Chega de aumento”, pedindo para que o percentual seja próximo de zero ou negativo (desconto na mensalidade).
“As famílias estão fazendo esforços enormes em um cenário de pandemia para pagar as contas e não vão sair do plano de saúde. Um reajuste zero ou negativo daria um fôlego para o consumidor”, afirma Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de saúde do Idec.
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) afirmou, por meio de nota, que os reajustes dos planos de saúde são prioridade para a instituição desde o início do ano. Ainda assim, os dados coletados mostram que as operadoras estão com uma situação financeira “satisfatória e estável”. Por isso, pedem a suspensão do reajuste de 2021.
Nos últimos cinco anos, essas empresas aumentaram muito seus rendimentos, diz a Senacom.