Integrantes do Ministério da Economia não responderam a perguntas sobre o Orçamento de 2021 durante a entrevista coletiva de apresentação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, nesta quinta-feira (15).
A proposta orçamentária deste ano está no centro de uma crise entre o governo e os parlamentares gerada após a aprovação da proposta pelo Congresso.
O Orçamento aprovado está sendo considerado “inexequível” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer o veto de pelo menos parte das emendas parlamentares. Para aumentar os recursos, o Congresso cortou despesas obrigatórias, como gastos com a Previdência.
Por conta da pandemia de Covid-19 , as entrevistas coletivas do Ministério da Economia estão sendo feitas remotamente desde março de 2020.
As perguntas dos jornalistas são enviadas por escrito e lidas pela assessoria de imprensa do ministério ao longo da entrevista. A praxe desde o ano passado é que as perguntas sejam lidas mesmo que não tratam do assunto diretamente relacionado à entrevista coletiva. É o que costumava ocorre em entrevistas presenciais.
Desta vez, o ministério não leu nenhuma pergunta relacionada ao Orçamento de 2021.
A assessoria de imprensa da pasta disse que não seriam lidas perguntas que não fossem estritamente sobre o projeto da LDO de 2022, as quais seriam respondidas posteriormente por escrito.
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Participaram da entrevista o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Júnior, e o secretário de Orçamento Federal, George Soares, ambos responsáveis diretamente pela gestão orçamentária do governo federal.
Ao final da entrevista, Rodrigues disse que a solução para o Orçamento de “qualquer ano” precisa ser fiscalmente responsável.
"Para o bem do Brasil, qualquer que seja a solução para o Orçamento, de qualquer ano, ela tem que ser fiscalmente responsável. Este é o maior respeito às gerações futuras do ponto de vista de análise macrofiscal. A gestão fiscal não é nem uma escolha do gestor, é uma obrigação imposta pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e um valor nacional", disse o secretário.
Rodrigues também defedneu transparência e “zelo” nas decisões orçamentárias. Para ele, isso deve estar “acima de disputas políticas”.
"O ajuste nas contas públicas é uma conquista da sociedade e foi por ela fortemente incorporado como um valor que não podemos prescindir e deve estar acima de disputas políticas. E o Orçamento, como principal decisão dos representantes eleitos pela população, deve zelar pela máxima transparência e zelo e responsabilidade ao alocar os recursos públicos", afirmou o secretário.