Integrantes da UPB (União dos Policiais do Brasil) disseram, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (10), que se sentem traídos pelo presidente Jair Bolsonaro e ameaçam paralisação e rompimento com o atual governo.
O anúncio acontece após o presidente quebrar sua promessa de excluir os trabalhadores da segurança pública da cláusula de congelamento de salários da PEC Emergencial.
Na segunda-feira (10), Bolsonaro afirmou que o texto deveria ser revisado e alterado sob pedido da bancada da segurança pública - também conhecida como bancada da bala - antes de ser votado. Na terça, entretanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP - AL) afirmou que o texto seguiria para votação como veio do senado - e enfatizou que Bolsonaro estava de acordo .
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Se aprovada, a PEC estipula um gatilho para congelamento de salário e proibição de progressão na carreira e novas contratações sempre que houver decretação de estado de calamidade ou quando a relação entre despesas correntes e receitas correntes alcançar 95%.
“A gente está falando em paralisação porque estamos na discussão se podemos ou não podemos fazer greve, mas não descartamos nem greve. O essencial sempre vai funcionar, estamos vendo como fazer o processo para que seja entendido pelo governo federal. Estamos extremamente insatisfeitos”, disse Edvandir Paiva, presidente da ADPF (Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal), em entrevista à Folha de S. Paulo.
Líderes das entidades alegam que o governo promete uma coisa publicamente e nos bastidores se articula de outra maneira. Eles afirmam que já houve ao menos três traições desde o início do mandato, entre elas a Reforma da Previdência.