A revista britânica The Banker elegeu o brasileiro Roberto Campos Neto como o presidente de banco central do ano. A escolha se deve à atuação do presidente do Banco Central do Brasil no combate aos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus e à agenda de inovações adotada por Campos Neto no ano passado, como a adoção do sistema de transferências Pix .
Campos Neto foi escolhido o melhor banqueiro central nas categorias Mundo e Americas. A The Banker, editada pelo grupo do jornal britânico Financial Times, é considerada a mais importante revista do mundo sobre o setor bancário. A escolha da edição 2021 do prêmio foi definida pela publicação no dia 31 de dezembro de 2020.
A revista cita que o Brasil conseguiu chegar ao fim de 2020 como um dos países mais atingidos pela Covid-19, mas com uma contração da economia abaixo dos mais de 9% previstos no início do ano. Projeções indicam que a queda do PIB ficou abaixo de 4,5%.
Para a The Banker, colaborou para isso a série de medidas do Banco Central para aumentar o acesso a crédito e manter a liquidez financeira na economia. A revista destaca que programas de aumento da liquidez do BC conseguiram mobilizar recursos cm o potencial de viabilizar um incremento do crédito de até 20% do PIB. Também menciona a obtenção de autorização do Congresso para comprar e vender ativos financeiros.
"A instituição monetária respondeu à crise tomando medidas sem precedentes e efetivas para assegurar que a liquidez não secasse no sistema financeiro e tomou ações específicas em seguida para que as companhias, particularmente pequenas empresas, pudessem continuar operando", afirmou a publicação.
Em entrevista à The Banker, o presidente do BC afirmou que, entre março e novembro, novas operações de crédito para grandes empresas somaram US$ 113 bilhões, enquanto o crédito para pequenas e médias empresas teve incremento de US$ 97 bilhões. "As medidas para crédito e suporte de liquidez tiveram um impacto positivo no mercado de crésito e ajudaram a economia brasileira a se recuperar", disse Campos Neto à revista, prevendo crescimento de 3,5% da economia brasileira em 2021.