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Bolsa teve o melhor desempenho para um mês de novembro desde 1999

No último dia do mês de novembro, a Bolsa acompanhou os mercados americanos e fechou em queda. Os investidores aproveitaram a valorização do Ibovespa em novembro para realizar lucros.

Com isso, o Ibovespa recuou 1,52% e encerrou aos 108.893 pontos. Até a última sexta-feira (27), o índice sustentou os 110.000 pontos.

Em novembro, o índice se valorizou 15,98%, a maior alta mensal desde março de 2016, quando subiu 16,97%. Foi o melhor novembro do Ibovespa desde 1999, quando o índice registrou valorização de 17,8% naquele mês.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 perdeu 0,46%, o Dow Jones recuou 0,91% e o Nasdaq se desvalorizou 0,06%.

Mas, apesar da queda nesta segunda-feira (30), o Dow Jones teve o melhor ganho mensal em novembro desde janeiro de 1987, quando se valorizou 13,8%. O índice americano subiu 11,8% no mês, com os avanços nos testes de vacinas contra a Covid-19.

Dólar cai no mês

Já o  dólar , que vinha em queda desde a abertura da sessão, inverteu o sinal e subiu. A moeda americana fechou em alta de 0,40%, negociada a R$ 5,346. O contínuo avanço da pandemia pelo mundo e a volta das tensões nas relações entre China e EUA contribuíram para a maior procura pela divisa americana.

Na máxima do dia nesta segundaa, a moeda americana bateu em R$ 5,396 e, na mínima, recuou até R$ 5,275.

No mês de novembro, entretanto, a divisa americana se desvalorizou 6,8% frente ao real. Foi o maior recuo em um mês desde o outubro de 2018, quando o término do processo eleitoral fez o dólar cair 7,80%. No ano de 2020, porém, o dólar ainda acumula alta de 33,34%.

Os fundos cambiais, que acompanham de perto o comportamento do dólar, perderam 7,17% no mês, até o dia 25 de novembro, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

"Os fundos cambiais (dólar e euro) tiveram comportamentos similares, com a valorização do real em novembro, devido à melhora do cenário externo", disse o administrador de Investimentos Fabio Colombo.

Avanço das vacinas animou investidores

Para Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, as notícias de eficácia nos testes de vacinas contra a Covid-19 animaram os investidores em novembro.

Mas nesta segunda, apesar do pedido da farmacêutica Moderna, nos EUA, para que o órgão regulador de medicamentos (FDA) libere o uso de sua vacina, que apresentou 94% de eficácia, o mercado reagiu de forma cautelosa.

"Com notícias de mais um capítulo da guerra comercial entre China e EUA, os investidores estão aproveitando para realizar lucros", disse Bertotti.

O presidente Donald Trump emitiu uma ordem com objetivo de proibir, a partir do ano que vem, investidores americanos de comprar ações de empresas integrantes de uma lista elaborada pelo governo americano.

"Essa medida pode aumentar tensão com a China antes de o presidente eleito Joe Biden assumir o posto", disse Bertotti.

Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, o fim do processo de eleição nos EUA, com vitória democrata, mas com maioria republicana no Congresso, também tirou um ponto de tensão do mercado.

"Com cenário de maior propensão ao risco e a Bolsa brasileira barata em relação a seus pares, os investidores estrangeiros viram uma janela de oportunidade e voltaram", disse Ribeiro.

Até o dia 26 de novembro, as compras de ações brasileiras superaram as vendas em R$ 31,4 bilhões. No ano, entranto, o saldo ainda está negativo em R$ 33,8 bilhões.

Para dezembro, observa Rafael, será preciso acompanhar a segunda onda de contaminação pela Covid-19, que na Europa e EUA já trouxeram de volta medidas restritivas.

Bertotti, da Messem, alerta que a situação fiscal do país deve voltar a ganhar o foco dos investidores, já que a dívida pública bateu em 90,7% do PIB, crescendo pelo décimo mês consecutivo.

No Congresso, espera-se a retomada das discussões sobre Orçamento, o programa Renda Cidadã e das reformas estruturais.

Fundos de ações em alta

As ações com mais peso no Ibovespa terminaram a sessão em queda. Os papéis ordinários da Petrobras (ON, com direito a voto) perderam 1,35%, enquanto os preferenciais (PN, sem direito a voto) recuram 2,27%.

O mercado está na expectativa da reunião dos países produtores de petróleo (Opep) que vai decidir se mantém a oferta de petróleo restrita, diante da queda de consumo com a pandemia.

Já as ações PN do Bradesco perderam 1,38%, assim como as PN do Itaú quer também perderam 1,38%.

As ações de empresas do varejo ficaram entre as maiores quedas desta segunda, depois de São Paulo anunciar medidas mais restritivas ao comércio diante do avanço dos casos de Covid-19. O estado voltou à fase amarela do Plano de Quarentena.

Os papéis ordinários da Via Varejo perderam 4%, enquando os da BR Malls recuaram 4,30%. As ações ON da Cielo perderam 5,59%.

A alta do Ibovespa em novembro impactou os fundos de ações. Os da família Índice Ativo, que tentam superar o desemprenho de índices como o Ibovespa, subiram 15,50% no mês, até o último dia 25, segundo a Anbima.

Os fundos da família Ações Livre, em que o gestor escolhe os papéis que considera com maior potencial de valorização, tiveram ganho de 11,91%, também até o dia 25 de novembro.

Leilão de swap cambial

O Banco Central aumentou o volume ofertado em leilão de rolagem de swap cambial tradicional previsto para esta segunda-feira, para um ritmo que, se mantido até o fim do mês, representará colocação líquida de dólares no mercado futuro.

Na sexta-feira, o BC anunciou que disponibilizaria 16 mil contratos de swap cambial, ou US$ 800 milhões, para rolagem do vencimento em 4 de janeiro de 2021.

A autarquia vem fazendo operações de rolagem desse vencimento desde o último dia 17. Até então, vinha ofertando 12 mil contratos de swap (US$ 600 milhões) em cada leilão, período em que vendeu US$ 5,4 bilhões nesses papéis.

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