Após citar ameaça de hiperinflação no Brasil , o ministro da Economia, Paulo Guedes, recuou no discurso nesta quinta-feira (12) e disse que a alta de preços registrada nos últimos meses é temporária e transitória. Ele citou o aumento do consumo em setores como de alimentos e da construção civil, ocasionado pelo auxílio emergencial, como causa da situação.
"É uma alta temporária de preços e é uma alta transitória de preços. É importante manter isso em mente. Na hora que o auxílio emergencial vem, e as pessoas estão em confinamento, estão em casa, elas gastaram um pouco em material de construção, melhoraram suas casas e foram ao supermercado e fizeram compras", disse Guedes , em evento no setor de supermercados.
Para o ministro, com o fim do auxílio emergencial em dezembro , essa situação "deve se acalmar". Mesmo antes disso, ressaltou, o governo reduziu o imposto de importação do arroz, da soja e do milho para segurar os preços.
"Quando a população começou a reclamar de preços excessivos no arroz , no óleo de soja, estamos examinando toda a pauta de alimentação para eliminar impostos de importação", disse Guedes.
Dados do IBGE divulgados na semana passada apontam que a inflação acelerou e ficou em 0,86% em outubro, na comparação com o mês anterior, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos. Foi a maior alta para o mês desde 2002 , quando o índice avançou 1,3%. Em 12 meses, o IPCA está em 3,92%, pouco abaixo do centro da meta de 4% estabelecida para 2020.
Falando para uma plateia de supermercadistas , Guedes afirmou que a culpa dos preços altos não é dos mercados.
"Muita gente às vezes está com raiva dos supermercados, está chateado com o supermercado. Não tem nada a ver com o supermercado. O supermercado é uma plataforma de distribuição. Se esse produto já chega caro, porque subiu o câmbio ou porque a demanda foi forte e os preços subiram, nós temos que deixar a engrenagem do mercado funcionar", afirmou.