supermercado
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Inflação acelerou 0,86% em outubro, pior resultado para o mês desde 2002, mais uma vez com alimentos como 'vilões'

A inflação acelerou e ficou em 0,86% em outubro, na comparação com o mês anterior, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos, segundo dados do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (6). Foi a maior alta para o mês desde 2002, quando o índice avançou 1,3%.

Combustíveis, como a gasolina, e passagens de avião contribuíram para o aumento da inflação no mês, levando o indicador a acumular alta de 2,22% no ano. Em 12 meses, o IPCA está em 3,92%. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.

As altas do índice nos últimos meses levaram os analistas a revisar a estimativa para o ano. Nesta semana, o boletim Focus do Banco Central, que reúne projeções de economistas, já apontava que o IPCA deve fechar 2020 em mais de 3% .

Apesar da pressão dos alimentos , o grupo Alimentos e bebidas teve variação menor que a registrada em setembro (2,28%). Em outubro, a alta foi de 1,93%. Isso ocorreu em função das altas menos intensas em alguns alimentos, como o arroz (13,36%) e o óleo de soja (17,44%), que no mês anterior haviam ficado em 17,98% e 27,54%, respectivamente.

Por outro lado, a alta nos preços do tomate (18,69%) foi maior que em setembro (11,72%). Outros itens, como frutas e batata-inglesa também registraram variações positivas em outubro, após recuo dos preços no mês anterior. As carnes subiram 4,25%.

"Todos esses itens têm contribuído para a alta sustentada dos preços dos alimentos, que foram de longe o maior impacto no índice do mês", afirma o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Transportes (1,19%), em que são contabilizados os combustíveis e as passagens de avião, e Artigos de residência (1,53%), em que estão eletroeletrônicos e produtos de informática, também registraram forte alta.

As passagens saltaram quase 40% no mês. Já os preços da gasolina perderam fôlego e subiram 0,85%, frente a alta de 1,95% em setembro.

"A alta nas passagens aéreas parece estar relacionada à demanda, já que com a flexibilização do distanciamento social, algumas pessoas voltaram a utilizar o serviço, o que impacta a política de preços das companhias aéreas", explica Pedro Kislanov, lembrando que os preços das passagens foram coletados em agosto para quem ia viajar em outubro.

Outro destaque foi o grupo Vestuário (1,11%), que acelerou frente a setembro (0,37%).

Segundo o IBGE , a alta dos preços foi generalizada em todas as 16 regiões pesquisadas. O maior resultado ficou com o município de Rio Branco (1,37%).

Já o menor ficou com a região metropolitana de Salvador (0,45%), influenciado pela queda nos preços da gasolina. No Rio, o IPCA desacelerou para 0,59%.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!