O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou de 1,3% para 1,8% a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, levando a expansão a ser a maior desde 2013, quando a economia cresceu 3%.
De acordo com o instituto, as altas, no entanto, foram insuficientes para reverter a queda acumulada no biênio 2015-2016, de 6,7%.
“Essa revisão decorreu, principalmente, da incorporação de novos dados, advindos da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e de dados do Imposto de Renda, para o conjunto das atividades de serviços (+0,6%), em particular para outras atividades de serviços (+2,0%). Os serviços respondem por cerca de dois terços da economia brasileira”, explicou o IBGE.
Em valores correntes, o PIB em 2018 atingiu R$ 7,004 trilhões, o que equivale a um PIB per capita de R$ 33.593,82, que cresceu 1%. Ainda de acordo com o IBGE, esse patamar é próximo, em termos reais, ao observado em 2010.
Os dados oficiais do PIB brasileiro são sempre revisados 2 anos após o período de referência, a fim de apresentar um retrato mais detalhado e estruturado da situação econômica do país.
Desempenho por setores
O IBGE informou ainda que o crescimento em 2018 foi resultado de um aumento de 1,8% do Valor Adicionado Bruto (VAB), com destaque para o grupo serviços, que cresceu 2,1%.
“Em 2018, 11 dos 12 grupos de atividades econômicas registraram crescimento ou estabilidade, sendo a única queda registrada na atividade Construção”.
O consumo das famílias avançou 2,3% e, em termos nominais, e a despesa de consumo final do governo cresceu 4,9%.
A agropecuária cresceu 1,3% e contribuiu com 0,1 ponto percentual para o crescimento do Valor Adicionado. A indústria teve variação positiva de 0,7%, contribuindo com 0,2 ponto percentual. Já os serviços, que respondem por dois terços da economia brasileira, cresceram 2,1% e foram responsáveis por 1,5 ponto percentual dos 1,8% de crescimento do VAB.
Nas outras atividades de serviços, houve variação positiva de 3,5% ou 0,6 ponto percentual no crescimento do VAB. O destaque foi para os serviços de alimentação (+4,9%), saúde privada (+4,4%) e outras atividades administrativas e serviços complementares (+3,3%).
O comércio subiu 2,6% e contribuiu com 0,3 ponto percentual para o crescimento. O comportamento foi influenciado pelo comércio de veículos, que registrou alta no volume das margens de comercialização de automóveis (+16,4%), caminhões (+63,5%) e peças para veículos (+8,3%).
As atividades imobiliárias avançaram 3,3% ou 0,3 p.p. no crescimento do VAB e sofreram impacto, principalmente, do crescimento da produção do aluguel efetivo e serviços imobiliários (4,0%) e do aluguel imputado (2,9%).
A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos subiu 3,7%, em grande parte por causa do aumento em volume da produção (+1,9%) acima do consumo intermediário (+0,5%), em consequência do menor uso das termelétricas em relação a 2017.
A construção, que mantém desde 2014 uma série de resultados negativos, foi o único grupo de atividades com queda em volume no VAB em 2018, com desempenho de -3,0%
Depois de quatro anos seguidos de queda, a formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia brasileira registrou seu primeiro resultado positivo (5,2%) e somou R$ 1,1 trilhão em 2018. A taxa de investimento (FBCF/PIB) teve elevação de 0,5 p.p. em relação ao ano de 2017 e atingiu 15,1%. Naquele ano tinha anotado a menor taxa da série iniciada em 1995.
As informações integram o Sistema de Contas Nacionais 2018, que agrega novos dados, mais amplos e detalhados, do próprio IBGE e de fontes externas, que revisam as Contas Nacionais Trimestrais.
* Com G1 e Agência Brasil