O governo Bolsonaro está mapeando por redes sociais quais parlamentares querem que a prorrogação do auxílio emergencial
tenha valor maior que R$ 300. É o que mostra reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, que também diz que, nos bastidores, Bolsonaro
está irritado com o presidente da Câmara.
Rodrigo Maia afirmou em entrevista ao jornal que 82% das suas redes sociais são favoráveis à manutenção dos R$ 600 de auxílio emergencial. Essa fala teve o apoio de deputados da base aliada e mexeu com Bolsonaro, que tem afirmado que o auxílio é "caro para quem paga" e defende o corte pela metade, em R$ 300, valor em vigor por medida provisória.
O presidente Bolsonaro teme que o auxílio emergencial reduzido a R$ 300 seja alterado pelo Poder Legislativo, subindo o valor.
Por isso, o governo federal fará o monitoramento nas redes sociais de parlamentares governistas, com foco no "centrão", para identificar quais defendem um valor maior que R$ 300 na prorrogação do auxílio emergencial.
A partir dessa estratégia, os líderes do governo vão procurar pessoalmente os deputados indecisos para reafirmar a necessidade de manter o valor da medida provisória vigente sobre o auxílio, de R$ 300. Bolsonaro quer evitar que se repita o que aconteceu na primeira votação sobre o auxílio, quando ele defendia o valor de R$ 200.
Na época, em março, a Câmara rebateu propondo o valor de R$ 500 e o governo Bolsonaro finalizou a negociação em R$ 600, por temer uma derrota política. A popularidade de Bolsonaro cresceu com a medida do auxílio emergencial.