Nesta terça-feira (1), o IBGE divulgou retração histórica de 9,7% na economia brasileira. O dado diz respeito ao segundo trimestre de 2020. Mas o presidente Jair Bolsonaro não comentou a queda histórica do PIB, e teve na agenda de hoje uma cerimônia no Palácio do Planalto em homenagem ao músico paraibano Pinto do Acordeon, autor do jingle de sua campanha. O artista faleceu em julho e Bolsonaro chorou ao relembrar a campanha presidencial de 2018.
Não foi o primeiro dia de divulgação do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país) no qual Bolsonaro se absteve de comentários. No começo de março, Bolsonaro esteve no Palácio da Alvorada com o comediante Márvio Lúcio, o Carioca, para evitar o assunto do PIB com a imprensa.
"Eu nunca sonhei com este momento", disse Bolsonaro
no evento nesta terça-feira (1), chorando ao relembrar a campanha de 2018 e o jingle criado pelo músico Pinto do Acordeon.
No evento, o presidente sequer citou o dado econômico divulgado horas antes, a queda inédita de 9,7% no segundo trimestre de 2020 na comparação com os três meses anteriores.
Este foi o período mais forte da crise econômica da pandemia de Covid-19, como mostram também levantamentos de outros países. Há uma expectativa de que a economia esteja voltando a crescer no terceiro trimestre, mas existem dúvidas sobre o ritmo da retomada – isso porque há sequelas no mercado de trabalho e na situação fiscal do Brasil.
No mesmo período do ano passado, o PIB caiu 11,4%. As duas taxas foram as quedas mais intensas da série, iniciada em 1996, diz o IBGE.
Com o fim do discurso em que relembrou sua campanha de 2018, Bolsonaro voltou a se emocionar e, assim que terminou sua fala, o presidente deixou o local, antes mesmo do fim do evento.