Líderes de partidos e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), costuram acordo nesta quinta-feira (20) pela manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro que impediu o reajuste do salário de servidores até o fim de 2021. Na quarta-feira (19), o Senado derrubou o veto de Bolsonaro, mas a decisão ainda precisaria do aval de deputados. A sessão do plenário para tratar do tema está marcada para esta tarde.
Segundo deputados ouvidos pelo GLOBO, Maia se comprometeu a ir pessoalmente à liderança do governo no Congresso para avaliar o caso e tentar convencer os colegas. Parlamentares que representam as siglas também foram procurados pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes e foram informados sobre o possível prejuízo de R$ 130 bilhões nas contas públicas a partir da derrubada do veto.
— Estamos trabalhando (para a manutenção do veto) — disse Rodrigo Maia ao GLOBO.
Legendas como PL, PP, PSDB, Novo e Solidariedade já deram garantias de que vão trabalhar pela manutenção do veto. O novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também arregimenta aliados para tentar consolidar a tendência de manutenção do veto.
Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro disse que será "impossível governar o Brasil" se Câmara permitir reajuste a servidores. E o mercado reagiu, com dólar rompendo a barreira do R$ 5,60.
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Vice-líder do PL, o deputado Marcelo Ramos (AM) disparou mensagens nesta manhã com a posição de seu partido.
"Derrubar o veto pode parecer uma decisão a favor dos servidores. Mas efetivamente não é. Derrubar o veto é criar uma enorme instabilidade na nossa economia que precisa de um ambiente sadio para a retomada, é diminuir, ou mesmo acabar, com a possibilidade de um programa de renda mínima em substituição ao auxílio emergencial e é, inclusive, colocar em risco o próprio pagamento dos salários dos servidores", escreveu o deputado.
Líder do Solidariedade, Zé Silva (MG) tem a mesma posição.
— A equipe do ministro Guedes nos procurou e falou sobre o impacto de até R$ 130 bi. Vamos trabalhar para manter o veto. Não é um assunto fácil, mas vamos trabalhar para a manutenção do veto — disse o deputado.
O congelamento dos reajustes foi uma contrapartida definida pelo governo, como resultado de um acordo, para aprovar o pacote de socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios, cujos cofres foram abalados pela pandemia. A economia estimada pelo governo é de R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões para União, estados e municípios.