O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (5) que o debate sobre a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, que vem sendo chamado de 'nova CPMF', não pode ser "interditado", ao defender a proposta de reforma tributária do governo a deputados e senadores.
Em sua fala, Guedes rebateu críticas ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem criticado publicamente a ideia de instituir um tributo nos moldes da antiga CPMF.
O ministro citou que não pode haver absolutismo nem por parte da equipe econômica, nem por parte de outros atores do debate político, citando também o presidente Jair Bolsonaro, que até o ano passado era contra tributar transações.
"Ninguém tem esse direito, de interditar o debate. Nem o ministro pode querer impor um imposto que a sociedade não queira, nem o relator, o presidente da Câmara, o presidente do Senado, o presidente da República, podem impedir o debate sobre qualquer imposto", afirmou Guedes.
O ministro adotou a estratégia de evitar falar sobre detalhes da proposta de substituir a contribuição sobre folha de pagamentos. Para Guedes, é importante "começar pelo que nos une".
Em declarações recentes, Maia tem afirmado que a proposta de recriar a CPMF não conseguirá apoio no Congresso. O relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que há uma "tentação medieval" de elevar a carga tributária, ao comentar a sugestão.
Guedes, por sua vez, rechaça a comparação entre o novo imposto e a CPMF, dizendo ser "maldade e ignorância" chamar o tributo em estudo de nova CPMF.